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Mensagem: Nada como um calor abrasador e a falta de uma sombrinha sob uma bela copa para despertar nas pessoas a importância das árvores e do verde. Entretanto, a quantidade de mensagens nos últimos dias imputando à Secretaria de Meio Ambiente, a culpa da falta de árvores ou do excesso de cortes é injusta e desmedida. Escreve esse depoimento de forma independente, mais como um desabafo, e não como uma defesa política da atual administração. Minha mensagem também é pelo fato de ter tido a oportunidade de, durante os últimos três anos e meio, ter sido testemunha dos desafios e dificuldades, mas acima de tudo, do empenho e dedicação dos profissionais que ali trabalham, e dos quais me orgulho de ter compartilhado os ideais de uma cidade mais humana e menos árida. Primeiro é preciso deixar claro a Semma existe há menos de quatro anos e que a cidade nunca teve uma política de arborização urbana, sendo a situação encontrada verdadeiramente caótica sob vários aspectos. Tudo era feito de forma improvisada, com o plantio de espécies inadequadas, sem nenhuma orientação para a população e sem nenhuma forma de fiscalização. Não havia um horto produzindo nem para atender a demanda das poucas praças existentes e os cortes e podas eram feitos sem nenhum critério. O que a Semma fez nesse tempo, foi correr atrás de um prejuízo de décadas, pela falta leis, de estrutura e treinamento de funcionários, da falta de apoio e consciência de parte população e daqueles que acham mais prático cortar as árvores ou pior, cimentar as poucas áreas permeáveis que ainda temos, criando ou ampliando as ilhas de calor por toda a área urbana. Fiscalizar toda a cidade e impedir os cortes irregulares e quase que humanamente impossível. Faltam educação e consciência ambiental além de sentido de coletividade. Os poucos processos de pedidos de licença para corte e poda que chegam à Secretaria passam por avaliação criteriosa de profissionais, sendo somente são autorizados os cortes quando realmente necessários. Em casos de construção reforma com projeto aprovado, danos à estrutura dos imóveis ou risco de queda sobre residências ou vias públicas, quando as árvores apresentam problemas estruturais irreversíveis, seja por doenças ou pela idade. Em 2007 foi realizado um seminário de arborização urbana com a participação de profissionais – engenheiros, arquitetos e paisagistas, além de acadêmicos de engenharia ambiental e arquitetura. Na ocasião se discutiu os problemas relativos ao tema e quais as medidas a serem adotadas pela sociedade, pelos profissionais e pelas autoridades. Ouro fato positivo implantado no sistema é a doação de mudas como medida compensatória, usados no plantio prioritariamente nas praças novas ou reformadas, nos canteiros centrais, nas escolas municipais, centros de convívios e outros locais públicos. Ou seja, quem recebe a autorização para corte e não possui espaço no imóvel para o replantio, conforme é previsto na Lei Ambiental, deve doar certa quantidade de mudas de acordo com o total suprimido. Um bom exemplo ocorreu no licenciamento da obra do Atacado Makro. No local, por necessidade do projeto foi autorizada a supressão de dezenas de árvores, o que obrigou a empresa a assinar um Termo de Compromisso para a doação de 650 mudas, o que ocorreu logo após a inauguração da loja. Da mesma forma, essa medida foi adotada desde o corte em residências, até em grandes projetos licenciados. Logicamente, a médio e curto prazo não há nada que compense o corte de uma árvore adulta. Porém esse sistema de compensação não existia e há alguns anos a prefeitura simplesmente dava a autorização, sem qualquer critério. Quando reclamam das praças “nuas” sem árvores, há um equívoco, pois infelizmente é preciso que as mudas plantadas cresçam. Sobre as avenidas que estão sendo construídas, há previsão do plantio de árvores em todas, principalmente na duplicação da Deputado Plínio Ribeiro. Na última semana da árvore em setembro foi feito um grande movimento, envolvendo a população, escolas, empresas e universidades, tendo sido plantadas em diversos espaços públicos, milhares de mudas, oriundas do viveiro municipal, de instituições parceiras como o IEF e o 55º BI, e outras tantas adquiridas com recursos próprios. Outro fato a esclarecer é sobre a mensagem onde o muralista cita a imagem de satélite do programa Google Earth, quando compara nossa cidade ao oriente médio. É preciso lembrar que a imagem é do segundo semestre de 2004. Concordo que ainda há muito a ser feito e aperfeiçoado, principalmente no que se refere à educação ambiental de toda a sociedade, principalmente de nossas crianças e adolescentes nas escolas, mas muito mais na “reeducação” de nossos adultos. Portanto é preciso que haja continuidade e ampliação do trabalho iniciado, muitas vezes incompreendido e na maioria dos casos injustamente criticado, até mesmo com uma dose de hipocrisia. Antes da crítica é preciso que cada um faça sua parte, mesmo que seja regando um único vasinho no apartamento. Espero que o montesclaros.com continue a ser esse espaço democrático, de crítica e principalmente de reflexão, estimulando a participação do cidadão comum nas discussões que busquem a melhoria qualidade de vida para todos nós. Eduardo Gomes - ambientalista
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