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Mensagem: Este circo Zanchettini que estreou na cidade merece ser aplaudido por todos. São 36 artistas de uma mesma família, que há cinco gerações põe todos os seus descendentes a serviço da nossa melhor tradição circense. Limpa, alta. Dez irmãos, comandados pela matriarca de 79 anos, oriundos do sul do Brasil. O circo nasceu em Carazinho, Rio Grande, e viaja mais por esta parte e pelos países do cone sul. É a primeira vez que vem a Minas. Antes de assungar sua lona digna em M. Claros, andou por Goiás e pelo Vale do Urucuia, o rio amado de Guimarães Rosa Não tem luxo nem ostentação. Mas pode exibir com sobra aquilo que é essencial no circo – o amor pelo circo. Fui ainda há pouco assistir ao espetáculo da noite e saí engasgado. Avós, filhos, netos, bisnetos, todos se revezam nos papéis que duram cerca de duas horas e fazem de tudo – num cenário de simplicidade e doçura – com qualidade. São belas as coisas feitas com amor. Amam o circo. Doam suas vidas ao circo. É o suficiente. A emoção – que a lona singela não chega a sugerir - começa com um cavalo que só é real porque é visto ali, na frente de todos. É impossível não acreditar no que se vê. A integração do homem e o animal faz rir, e comove.São bons os palhaços. Sem apelação, como o bom circo pede e merece, como já existiu, e volta a existir, pelo que se vê. Os trapezistas fazem bem o seu papel e nada fica a desejar. Crianças que ajudam na montagem e desmontagem do picadeiro, se observadas, dão espetáculo à parte, de devotamento silencioso, trescalando o amor com que trabalham. Todos por todos. A matriarca não vem à ribalta, mas é possível sentir a sua mão no sobregoverno geral. Um dos últimos quadros particularmente emociona. É quando um dos cavalos, de incomum magia, vem montado pelo neto da matriarca. Ele é deficiente físico, com necessidades especiais, mas sua apresentação, tolhida, é encantadora, como revelador é o esforço do circo para que ele não fique de fora do trabalho que é de todos, sem nenhuma exceção. Assistam, e aplaudam, com lágrimas nos olhos. É ele o filho do palhaço, excelente gordo palhaço, por sua vez filho da matriarca. Todos são bons, o circo é bom, no formato da simpleza. Como há muito não se via, num ambiente de modéstia e honrada decência de uma família devotada. E que passa por um detalhe que ainda precisa ser realçado. O pequeno grande circo que nos visita, e que de todos merece o incontido aplauso, produz arte, e assim sendo não exporta barulho. Montado em área residencial, na entrada do bairro Ibituruna, é aquele tipo de vizinho que todos querem. Esta é a diferença entre a arte superior e o barulho, que o embuste e a velhacaria muitas vezes servem como se arte fosse. Parabéns Pequeno Grande Circo. Fique mais entre nós.
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