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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 19 de novembro de 2024
 

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Mensagem: PIZZAS 0800 Todo dia é dia de santo, mas, nem todo dia chove pizza do céu. Na confluência das ruas Corrêa Machado e Bocaiúva, no centro, calçadão do Viaduto Manoel Emiliano, porta de entrada para o Bairro Morrinhos, se encontra o ateliê de Robim Placas, onde todo o serviço é feito na mais moderna tecnologia. Por lá, nos finais da tarde e na boca da noite, há uma animada partida de damas. Uma constante e amena disputa de Robim contra os maquinistas da rede que passam pelas madrugadas apitando e tirando o sono dos moradores próximos. Aliás, tem muita gente boa que é filho desse apito... O nosso designer procura ganhar a partida como vingança contra os abusados que além de tirar o seu sono, ainda vêm ver se está tudo legal! Calçada alta, da sua sala de recepção dá para Robim ver o grande fluxo de veículos e pedestres que ali passam diuturnamente. Gente dos hospitais próximos, escolas, faculdades, funcionários da Prefeitura, da Câmara de Vereadores, pedestres se deslocando para o centro comercial da cidade. Como a cidade está entregue às traças, e não é de hoje, a esquina, sem sinalização, tornou-se um buraco negro catastrófico. Atravessar a rua naquele ponto conduzindo crianças para a escola é uma verdadeira aventura diária, pois é comum a presença de pedestres lesionados, sangrando na calçada, enquanto esperam pela ambulância, em razão das batidas freqüentes naquele logradouro. Dia desses, trafegando dentro da sua rotina, uma moto daquelas que entregam pizzas e refrigerantes foi atingida por trás na esquina fatídica, por um carro conduzido por um motorista visivelmente alcoolizado. Ao receber o impacto do bebum, a moto e o seu condutor foram atirados no paredão do viaduto e o carregamento de pizzas e refrigerantes foram lançados na calçada, na porta e dentro da sala de Robim. Foi uma verdadeira chuva de pizzas com diversos sabores acompanhadas dos refrigerantes, para alegria dos transeuntes que comeram e levaram para suas casas tudo que puderam, sem sobrar uma, sequer! Um “comedor” gozador perguntou onde estava o ketchup e a mostarda, para temperar as pizzas... O bêbado saiu do carro sacando a carteira de notas e foi logo pagando ao motoqueiro, sem pechinchar, o carregamento completo. Chamou por celular a concessionária representante da marca da moto e pediu o recolhimento e o conseqüente conserto, tudo às suas custas. Afagou o motoqueiro que mancava já socorrido por populares e pedindo: “não chamem a Polícia, pois estou dirigindo bêbado! Pago todo prejuízo!”. O motoqueiro subiu a rampa e pediu ao Robim para guardar o que restou da sua moto até a chegada do mecânico da concessionária, pois iria para o hospital tirar um raio X da perna, com suspeita de fratura. Em seguida e em baixa voz, confidenciou para o designer que as pizzas e os refrigerantes já estavam pagos e que podiam comer tudo! Apressado, exclamou: - Agüenta as pontas que eu também vou me mandar, pois não tenho carteira de habilitação e a moto está sem documentos! Concluiu, solicitando ser informada à Perícia estar tudo acordado entre as partes, amigavelmente. Robim e todos os passantes comeram tanta pizza que ficaram afrontados e até o cachorro linguição, o Duke, passou três dias arrotando lingüiça calabresa... O refrigerante ao ser aberto espirrou nas paredes do ateliê, fermentado que estava pelas pancadas que levou ao se chocar contra o solo. Aproveito a oportunidade para contar aos meus leitores um segredo. Nós que somos antigos moradores do início do bairro dos Morrinhos, sabemos o porquê dos diferentes apitos emitidos na madrugada por maquinistas e como decifrá-los. É um sinal de código! Alguns apitos servem para avisar à família que chegaram de viagem. Outros convidam os notívagos para tomar uma logo mais, ao terminar o serviço. O mais especial de todos, entretanto, e que mais incomoda o Robim e a alguns moradores das adjacências, é o apito dado pelo maquinista para avisar à quenga que estão chegando doidos para dar uma! Esse apito especial, todos nós, moradores velhos dos Morrinhos o conhecemos e, os maquinistas capricham na execução para, também, chatear o Robim, que, ninguém sabe por qual o motivo, considera isso uma afronta pessoal e fica indignadíssimo quando ouve esse recado para as damas da noite, um tempero a mais para as renhidas partidas de damas... Um original costume que já dura mais de trinta anos, uma marca local.

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