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Mensagem: Leio aqui em Brasília a reportagem que envio a vocês. Não lhe dou importância como mexerico, intriga ou coisa do gênero. Importância ela tem para ilustrar como no Brasil os políticos confundem sua vida privada com as coisas do estado, em detrimento da população. O que li é atribuído à revista Veja, que começou a circular. Mantenho o nome dos autores da reportagem. Por favor, publiquem. É ilustrativo dos dias que correm, onde os que estão no poder e suas famílias podem tudo, enquanto para a população fica a obrigação de sustentá-los. Isto acontece em todos os níveis.´De Leonardo Coutinho e Sandra Brasil:Um personagem até agora desconhecido entrou na divisão do espólio do senador baiano Antonio Carlos Magalhães, que morreu em julho de 2007. Trata-se de um adolescente que completou 14 anos na semana passada e que, desde setembro, reclama judicialmente sua condição de neto e, portanto, herdeiro de ACM. Seu advogado alega que o cliente nasceu de um relacionamento extraconjugal do deputado Luis Eduardo Magalhães, o terceiro filho do senador.O mais brilhante político de sua geração, Luis Eduardo presidiu a Câmara durante os dois primeiros anos da administração do presidente Fernando Henrique Cardoso, capitaneou a revisão da Constituição e era um potencial candidato ao Palácio do Planalto quando sucumbiu a um infarto em 1998, com apenas 43 anos. Elegante, simpático e bon vivant, era tratado por seus pares como um príncipe e deixou órfãos Paula, Carolina e Luis Eduardo, filhos de Michelle Marie, com quem se casou em 1976.O pretenso quarto filho de Luis Eduardo reivindica não só uma parte da fortuna do avô como uma nova partilha da herança do deputado e o direito de usar o sobrenome Magalhães. Para isso, entrou com dois processos. Na Bahia, pediu a ´reserva de quinhão´ na partilha de ACM. Na 7ª Vara de Família do Distrito Federal, move um processo de investigação de paternidade.A mãe do adolescente é Siméa Maria de Castro Antun, que foi assessora parlamentar de Luis Eduardo. Nascida no Acre, ela trabalhava como modelo em Brasília no fim dos anos 80. Era conhecida na capital como garota-propaganda das lojas Gavi, uma rede de móveis populares. No processo, Siméa relata que conheceu Luis Eduardo aos 20 anos. O deputado a teria abordado em abril de 1989, durante uma convenção do antigo PFL na qual ela trabalhava como recepcionista. Siméa diz que o deputado a abordou, deu-lhe um cartão de visita e ofereceu-lhe um emprego em seu gabinete.Quatro dias depois, a moça já estava na folha de pagamento da Câmara. O romance começou na seqüência. Foram necessários apenas dois meses para que ela se mudasse para o apartamento funcional de Luis Eduardo. ´O casal convivia de segunda a quinta-feira, relacionando-se afetiva e sexualmente, pois às sextas-feiras, geralmente, o investigado seguia para o seu estado, a Bahia´, descreve José Alfaix, advogado do filho de Siméa.O processo traz relatos de testemunhas que afirmam que a assessora morou com o chefe, a quem chamava de Luigi, até fevereiro de 1994. Naquele mês, Siméa engravidou. De acordo com sua versão, o deputado sugeriu que ela abortasse. Ela se recusou e voltou para a casa dos pais. Por ordem do amante, deixou de comparecer ao gabinete, mas continuou recebendo o salário do Congresso.Suas testemunhas contam que Luis Eduardo, no entanto, jamais a deixou desassistida. ´O deputado custeou o pré-natal e o parto. Quando o menino nasceu, impressionou a todos: era a cópia do pai´, declara Ana Lúcia de Oliveira, amiga de Siméa. A ex-secretária do parlamentar, Marlene Vieira, é uma peça-chave no caso. Ela filmou o parto. A gravação foi anexada aos autos, mas Marlene, que hoje é secretária do senador ACM Junior, irmão de Luis Eduardo, não está entre as testemunhas.Zeloso de sua imagem de homem público, o deputado evitou visitar a criança no hospital. Esperou para conhecê-la na casa dos pais de Siméa. Depois que a moça e seu filho se instalaram em um apartamento alugado, o casal rea-tou o romance. Três anos depois, o político engordou a renda do garoto concedendo dois aumentos à sua mãe. Uma testemunha afirma que, momentos depois da morte prematura de Luis Eduardo, o empresário João Carlos Di Genio, da Unip e do Colégio Objetivo, contou ao senador ACM que Luis Eduardo havia deixado um filho não registrado. Conforme esse relato, ACM convocou Siméa e disse-lhe: ´Filho do meu filho é meu neto. Não se preocupe, pois o futuro financeiro e educacional do menino estará garantido´. Para cumprir a promessa, aceitou-a como sua assessora. ACM Júnior, suplente do pai no Senado, manteve-a nos quadros do Congresso.Siméa recebia do Erário um salário de 8.255 reais para ficar em casa cuidando do filho. Só foi demitida na última terça-feira, depois que VEJA instou o senador ACM Júnior a esclarecer o assunto. ´Herdei essa situação. No momento em que tive a informação de que ela não freqüentava o trabalho, não tive alternativa a não ser exonerá-la´, justificou. ACM Júnior manteve Siméa nos quadros do Senado mesmo depois que ela orientou seu filho a processar os Magalhães.Nos autos, Siméa conta que planejava não reivindicar a herança da família. Ao contrário, pretendia esperar que o adolescente atingisse a maioridade para decidir se requereria ou não o nome e parte da fortuna do pai e do avô. Diz que mudou de idéia depois que leu notícias sobre a disputa entre os herdeiros oficiais de ACM pelo espólio dele, estimado em 345 milhões de reais.´
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