Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.
Clique aqui para exibir os comentários
Os dados aqui preenchidos serão exibidos. Todos os campos são obrigatórios
Mensagem: Crônica de Natal HAROLDO LÍVIOAntigamente, Papai Noel, o bom velhinho de barbas brancas, existia de verdade. Chegava de madrugada, enquanto as crianças dormiam, abria um buraco no telhado, descia com sua pesada bagagem de brinquedos e colocava presentes nos sapatos dos petizes. Depois, saía como havia entrado,para voltar no próximo ano. Durante toda a noite santa, o velhinho dos presentes ameaçava aparecer perante os meninos curiosos, como um fantasma benfazejo, porque eles acreditavam piamente na existência real daquele mensageiro da felicidade. Hoje, todavia, as crianças já não acreditam que aquele velhote simpático seja quem lhes envia dádivas natalinas. Quando eu era menino, era proibido de sair à rua, na noite de Natal, porque aos meninos não era permitido ver os pais de seus amigos fazendo compras. Tínhamos de ficar em casa, fazendo castelos, até às 10 horas; depois, então, todos para a cama. Com ordem de fechar os olhos e dormir porque o santo homem não deixa presentes para meninos acordados.Só os adultos, os pobres adultos que já sabiam da verdade, é que iam à Missa do Galo. E nunca conseguimos apanhar o velhote mexendo em nossos sapatos, que eram colocados sobre a chapa do fogão. Corria uma lenda de que ele descia na cozinha, e que muito menino já ficara sem presente, por ter posto seu sapato junto à porta da rua. Um meu primo, Nildo, jurava já ter visto Papai Noel. Não acreditávamos, nem desacreditávamos, pois o bom homen de fato existia. E se existia, poderia muito bem ser visto por olhos humanos. Agora, que o mistério foi desvendado, Papai Noelzinho é um boboca, menino que acredita nele é um tolo. Acabou-se o encanto. Os guris vão às lojas com seus pais, olham as vitrinas e voltam para casa com o presente escolhido. Nada de baboseiras. Comem o leitão de madrugada e bebem vinho tinto como gente grande, já que a criança é um homem pequeno. E trocam saudações em inglês: Merry Christimas, Merry Christimas! E riem da fantasia de Papai Noel que Mané Quatrocentos usa todos os anos, para ganhar alguns trocados e reforçar a receita de fim de ano. Contudo, nossa ilusão permanece intocável, não poderá jamais ser mutilada em sua forma inocente, porque se Papai Noel de fato não existe, ele deve e precisa ter existência real, é necessária a sua vinda. Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade. Que o espírito de Natal esteja nesta sala, entre nós, e principalmente no coração de toda a humanidade. ( O Jornal de Montes Claros, edição de 24.12.1963)
Trocar letrasDigite as letras que aparecem na imagem acima