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Mensagem: DIA DO NATAL ATRAVÉS DOS TEMPOSJosé Prates A festa natalina acontece em todo o mundo cristão, comemorando o nascimento de Jesus Cristo desde o ano 313 ou 314 d.C, quando a Igreja ganhou liberdade. A data 25 de dezembro, antes dos cristãos adotá-la para comemoração do nascimento de Jesus, era usada pelos pagãos que dominavam Roma, para comemorarem o nascimento do Deus Sol, festividade que chamavam de Natalis Solis Invicti. À essa época, por volta de 274 d.C. a religião Cristã que se alastrava por todo império romano, sofria tenaz perseguição dos governantes que por intolerância religiosa e pressão do paganismo, mandavam à morte centenas de cristãos. O paganismo, nessa ocasião, ainda era muito forte e tinha grande influência junto aos governantes e por isso tentava apagar as raízes do cristianismo que cresciam e começavam a surgir como ameaça, no mundo pagão. Somente em 313 d.C. o Imperador Constantino teve um sonho que lhe mostrava uma cruz luminosa que descia do céu, vindo em sua direção. Ele interpretou esse sonho como uma ordem celeste para que aceitasse o cristianismo como religião. Levado pelo sonho, promulgou o Edito Tolerância que deu liberdade religiosa aos cristãos, fazendo nascer oficialmente a Igreja Católica Apostólica Romana que abriu suas portas para a evangelização, colocando Jesus como o soberano das nações, o Deus encarnado. Antes disso, o Apostolo Paulo, então Saulo, que se converteu ao cristianismo no ano 41 d.C quando viajava para Damasco à caça de cristãos, teve uma grande e decisiva influência na organização da Igreja, levando Cristo e Sua palavra aos mais distantes rincões onde criou igrejas como Corintos, Hebreus, Romanos, Tessalonicenses, Galatas, Efésios. e Filipenses. Até, então, as comemorações restringiam-se à morte e ressurreição de Jesus e a Epifânia que era em 6 de Janeiro quando comemoravam a divina manifestação de Jesus aos Reis Magos. Até os nossos dias, a Igreja Católica festeja essa data com o mesmo nome Epifânia, um termo grego que significa manifestação. Somente após a oficialização da Igreja Cristã, quando o paganismo começou a declinar, os cristãos apossaram-se do dia 25 de dezembro que foi dedicado ao Senhor, e passaram a tê-lo como a data do nascimento de Jesus, tornando-o festivo e conhecido como o Dia de Natal, o que, até então, não existia. Já em 386 d.C. o Natal, como data do nascimento de Jesus, estava aceito em todo o mundo católico. A fé no unigênito de Deus era um fato consumado. O presépio, palavra que significa estábulo, local em que se recolhe animais, não veio junto com as comemorações do nascimento de Jesus, no século IV. Veio muito depois. Segundo a história pouco difundida, no ano 1223, São Francisco de Assis quis explicar, ao vivo, o Natal às pessoas comuns que não conseguiam entender a história do nascimento de Jesus. Resolveu, então, celebrar a missa da natividade fora da Igreja. Na floresta de Gréccio que ficava perto, havia uma gruta para onde ele mandou transportar uma manjedoura, um boi e um burro e lá, na gruta, armou um cenário com pessoas, representando São Jose e Nossa Senhora. Como surtiu o efeito desejado, teria montado mais tarde, um presépio de argila que colocou num local da Igreja que pudesse ser visitado pelos fiéis. O costume espalhou-se por entre as principais Catedrais, Igrejas e Mosteiros da Europa durante a idade média, começando a ser montado também nas casas de Reis e Nobres já durante o renascimento. Em 1567 a Duquesa de Amalfi mandou montar um presépio que tinha 116 figuras para representar o nascimento de Jesus, a adoração dos Reis Magos e dos pastores e o cantar dos anjos. Foi já no século XVIII que o costume de montar o presépio nas casas comuns se disseminou pela Europa e depois pelo mundo. Hoje, substituido pelas árvores de natal, o presépio só é visto nas Igrejas e raramente em uma casa. No principio, o Natal era festejado de maneira estritamente religiosa, comemorando o nascimento de Jesus Cristo. Ao passar dos tempos, as comemorações foram modificando-se, nelas introduzindo as trocas de presentes, dando à natividade um caráter de confraternização. Hoje o Natal já não traz essa bagagem missionária que existia na Igreja antiga. Na atualidade, o Natal é uma festa de grande interesse para o comércio, fazendo desaparecer quase por completo, o sentido religioso. A Missa do Galo que sempre foi esperada à meia noite, hoje, por causa da violência que tomou conta das cidades, é celebrada em muitos lugares às sete ou oito horas da noite para possibilitar um retorno seguro dos fiéis aos seus lares. (José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros de 1945 a 1958 quando foi removido para o Rio de Janeiro onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)
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