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Mensagem: Frigorífico paralisa abate em Janaúba - Nice Silva e Girleno Alencar -A rede de frigoríficos Independência paralisou o abate em Janaúba, Norte de Minas, na última quarta-feira e em mais nove de suas 19 unidades no país . A unidade mineira é destinada ao abate, desossa, logística e produção de biodiesel. Cerca de 800 pessoas trabalham no frigorífico que é o maior empregador da cidade, depois da prefeitura. Segundo pecuaristas, as dívidas com os produtores girariam entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões. O Governo do Estado informou que intermedeia negociação entre a empresa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para a liberação de recursos.A paralisação teria sido provocada pela dificuldade do frigorífico de honrar os compromissos com os criadores de gado. Segundo informações do prefeito de Janaúba, José Benedito Nunes Neto, os trabalhadores foram dispensados na quarta-feira com a recomendação de que retornassem ao serviço na próxima segunda-feira. “Estamos preocupados”, disse o prefeito. Segundo ele, caso se confirmem as demissões, a cidade viverá um caos. “Será uma tragédia. São 5 mil empregos indiretos e mais de 3.600 familiares dos empregados diretos afetadas no atual cenário de dificuldade de emprego”, desabafou.A arrecadação da cadeia do frigorífico responde, segundo o prefeito, por 10% da receita municipal. O faturamento da empresa na cidade é estimado em cerca de R$ 250 milhões.O pecuarista Clecy Frauches teve 183 cabeças de gado devolvidas na semana passada. Mas não recebeu por tudo que vendeu ao Independência. “Eles me devem o equivalente ao fornecimento dos últimos 30 dias”, explica, acrescentando que não acredita em má-fé. “Se fosse o caso, eles teriam abatido o gado e não devolvido”, avalia.A paralisação das atividades do Frigorífico surpreendeu a região Norte já que, no início de fevereiro, os dirigentes da empresa se reuniram no núcleo regional da Federação das Indústrias de Minas Gerais e disseram que tinham se adequado para enfrentar a crise. A demora na liberação de financiamento de R$270 milhões pelo B NDES levou a direção da empresa a parar o abate.Conforme o pecuarista Clemente Teles, os diretores teriam dito que os clientes russos - principais compradores da rede - não conseguiram crédito e deram calote no Independência.A informação é confirmada pelo secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana. “O acesso às operações de financiamento não foram suportadas com as cartas de crédito”, disse. Ele também confirmou a intermediação do Estado junto ao BNDES para tentar a liberação do empréstimo.O complexo frigorífico de Janaúba exporta 90% de sua produção e tem capacidade para abater 1.200 animais, mas estava trabalhando com 600 animais por dia. Foi o primeiro frigorífico brasileiro a sair das restrições sanitárias fixadas pela União Européia, no ano passado.Para o presidente do Sindicato Rural de Janaúba, José Aparecido Mendes Santos, “a seriedade do grupo empresarial dá ao pecuarista segurança para continuar entregando o gado”. Segundo ele, o vice-presidente do Independência, Miguel Russo Neto, teria garantido que, se o BNDES liberar os recursos pleiteados, a empresa retomará as atividades.
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