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Mensagem: Lula manda governadores e prefeitos “apertarem o cinto” contra a crise - Alex Capella - Montes Claros - (...) Mais de 140 prefeitos das regiões Norte e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas, recepcionaram a chegada do presidente, ontem, no aeroporto municipal de Montes Claros. A intenção era de cobrar do presidente medidas contra a queda do FPM. Além de terem recebido apenas um aceno de Lula, através das grandes que separam a pista das dependências externas do terminal, os prefeitos deixaram o encontro com o pedido para que “apertassem os cintos”. O gesto desagradou os administradores que esperam a criação de um fundo que garanta um repasse na média dos patamares de 2008.
Segundo o prefeito de Patis e presidente da Associação Mineira de Municípios da Área da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Amans/Sudene), Valmir Moraes de Sá (PTB), Lula não está sabendo “avaliar” a verdadeira situação dos municípios . “Os prefeitos estão desesperados. No meu município, por exemplo, 96% do orçamento vêm do FPM. Com a perda de cerca de 40%, quem terá de apertar os cintos é a população. Os prefeitos já estão respondendo legalmente por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal”, garantiu ele, ironizando ainda o fato de o presidente ter sido chamado de “o cara” pelo presidente dos EUA, Barack Obama, e de ter se comprometido a emprestar recursos ao FMI. “Se ele é o cara, deveria saber que a prioridade é o seu país. Se o Governo tem dinheiro para emprestar para o FMI, tem também para repassar aos municípios”, disse Moraes de Sá. O prefeito reafirmou que o Governo “deve” cerca de R$ 550 milhões aos municípios, referentes à redução do FPM.
Confronto entre pré-candidatos não ocorreu
O evento, em Montes Claros, não virou palco de um possível confronto entre os pré-candidatos à Presidência da República, o tucano Aécio Neves (governador de Minas), que disputa a preferência do partido com o governador de São Paulo, José Serra, e a petista Dilma Rousseff (ministra-chefe da Casa Civil); ao Governo de Minas, entre o vice-governador Antônio Anastasia (PSDB) e o ministro petista Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome). Os quatro dividiram o mesmo espaço com o presidente, além de dez governadores do Nordeste e outros nove ministros. Nos bastidores, foi armado um grande esquema para evitar “constrangimentos” na presença de Lula. Mas as manifestações de apoio e de protesto, que tiveram como alvos os quatro pré-candidatos, não deixaram de ocorrer, principalmente por parte dos prefeitos da região e da plateia formada por lavradores e servidores estaduais.
Diante das manifestações, o anfitrião e prefeito de Montes Claros, Luiz Tadeu Leite (PMDB, tentou acalmar os ânimos, lembrando que o “novo presidente” pode sair de Minas, referindo-se ao fato de Aécio e Dilma serem mineiros.

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