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Mensagem: Dialogando com a mensagem 46321. Alves, o problema da disputa por espaço entre carros e o Grupo de Seresta entre a casa do saudoso Hermes de Paula, o maior intelectual orgânico de nossa cultura, e o Centro Cultural não é peça única. Em nossa cidade, Catopês são atropelados durante os seus percursos comemorando os santos de suas devoções. Cultura para nós, mesmo que ela seja louvada, cantada, copiada, replicada, divulgada, não é considerada importante, dado que o trânsito das pessoas, até desconhecidas, é mais importante que nossas manifestações culturais. E no caso das procissões dos Catopês, Marujos e Caboclinhos, há disputa - até aos tapas - com cachorros, carroças, ônibus, motos e carros. Seus condutores se julgam mais importantes que nossos ícones culturais, sejam Catopês, Marujos, Caboclinhos ou o Grupo de Seresta homenageando Hermes de Paula. O poder público que detém o poder de fechar ruas, esvaziar botecos - aquele na Praça Portugal - e que ganha burras de dinheiro para realizar as festividades, considerada - por seu gesto prático - os nossos ícones da cultura como impecílhos ao ir e vir da vida moderna. Triste sociedade em que o poder público que deveria tratar com todo o cuidado nossos patrimônios culturais, sejam materiais ou imateriais, prefere o voto de quem tá vivo e que transita neste caótico transito onde quem tem um veículo, não importa qual, é imperador ou rei. Claro, nem do Divino e nem de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Mas um dia, que não sabemos quando, as coisas serão outras.

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