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Mensagem: A suína e a espanholaManoel Hygino - Jornal ´Hoje em Dia´Ainda que o bom senso prevaleça, resta o “non sense” das palavras. Houve crise econômica, e não saímos inteiramente dela, nós e os demais países do primeiro mundo e os emergentes; há o risco da influenza AI N1, a famigerada gripe apelidada de suína. Toda a sociedade tem de precatar-se para evitar males maiores. Felizmente, existem neste país, hoje como outrora, pessoas que cuidam de zelar pelo bem público. Caso contrário...A Argentina foi, ou é, das nações que mais sofreram com o vírus da influenza. Cuidadosas e rigorosas medidas se adotaram, porque imprescindíveis. Nas outras nações, igualmente aconteceu. Aqui, o mesmo se deu, para que a omissão não levasse muitos milhares de pessoas aos hospitais ou aos cemitérios. Aureliano usava a expressão “tapar o sol com a peneira”. Tinha razão. Não adianta esconder. Tanto havia risco da suína que a Secretaria do Estado da Saúde, em 1º de julho, previa que, em três meses, 10% da população de Minas - ou seja, 1,9 milhão de pessoas - poderia estar contaminada. Se isso ocorrer, subirá para o nível 3, última fase do plano estadual de enfrentamento da doença. Àquela altura, em Minas, havia 90 casos confirmados da doença e 680 em todo o país. As cidades-polo do Estado funcionarão como barreira biológica contra o vírus. Foi o que se anunciou.Em princípio de julho, a Argentina tinha 100 mil infectados pela gripe, que matara 44. Quem o disse foi o ministro da Saúde, Juan Manzur, que - mesmo não acreditando possivelmente em bruxas - cuida de proteger a população contra elas.Disse acima: em Minas, no dia 1º deste sétimo mês, somavam 90 casos de infectados, quando energúmenos diziam não haver perigo. Pois no dia 7, mais 20 novos casos se registraram, enquanto em todo o Brasil, o número totalizava 905.Mesmo com o desmentido inicial sobre gripe suína, no dia 28 de junho foi registrada a primeira vítima em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Foi sepultado “morto”, para que não pairem dúvidas, um caminhoneiro, em sua cidade natal, Erechim. Tinha 29 anos, era homem sadio, e estivera na Argentina a trabalho. Cinco da família estavam infectados.Enquanto a mais alta autoridade do país declarava que a gripe era uma balela, o ministro da Saúde, dentro da realidade, com sua grave responsabilidade com a nação que o acolheu (ele é português de nascimento), fez o que devia e está sendo feito.Ora, o Brasil é um país perigoso, de gente se deslocando de um lugar a outro incessantemente, inclusive em busca de emprego. Para as autoridades sanitárias, a suína é semelhante ao vírus da gripe comum, variando de 0,3% a 0,4%. O Brasil já está em 0,16%.Caio Rosenthal, do Hospital Emílio Ribas, referência no Brasil, lembrou que o tratamento da pneumonia causada por vírus - no caso, a influenza -, é mais difícil do que o pela influenza por bactéria. Foi muito claro.“Existem casos de morte por gripe comum pura e simples. É um capricho da biologia. Os fatores de risco aumentam as probabilidades”, disse a infectologista Maria Cláudia Almeida, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ora, somos um povo mal nutrido, com milhões quase ao nível da pobreza, desprovidos de assistência médica adequada na hora necessária.Te esconjuro!Os veículos de comunicação seguiram em sua interminável rotina, relacionando os casos de gripe suína que se registravam cotidianamente. Cumprem sua missão e não omitem. Quando jogadores e torcedores procedentes de La Plata, Argentina, chegaram para o jogo final da Libertadores da América, no Mineirão, as autoridades sanitárias tomaram as indispensáveis precauções contra a influenza. Ainda assim, aumentavam a contaminação no país e crescia o número de mortos. Claro que imensamente menor do que a espanhola. Enfim, a ciência evoluiu.
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