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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Aprovados perdem vagas - Luiz Ribeiro - Dois estudantes que se inscreveram para o vestibular de medicina da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) pelo sistema de cotas e foram desclassificados entraram na Justiça para que possam ingressar na instituição. Eles alegam que fizeram pontos suficientes para serem aprovados no curso – o mais concorrido da universidade e um dos mais disputados do país –, mas foram excluídos por suposta falha na visita domiciliar feita para verificar suas condições de renda. A Comissão Técnica de Concursos (Cotec) nega a falha e diz que vai esperar pela decisão judicial. O estudante Wesley Diego Antunes Cardoso, de 22 anos, afirma que se inscreveu como carente egresso de escola pública e que preenche todos os requisitos dessa condição. É filho de um pequeno comerciante de Monte Azul, no Norte de Minas, e mora numa república em Montes Claros. Ele alega que integrantes da comissão da Unimontes estiveram na república onde reside para verificar sua situação, mas, como não o encontraram, decidiram pela sua desclassificação do sistema de cotas – que abrange 45% das vagas preenchidas na universidade estadual. Wesley disse que vem estudando há quatro anos e meio, sendo que no ano passado chegou a ser aprovado para ciências biológicas na mesma instituição, mas desistiu. No vestibular de junho último, cujo resultado foi divulgado sexta-feira passada, ele obteve 185 pontos, suficientes para a aprovação em medicina. Por isso decidiu recorrer à Justiça. Primeiro, procurou a Defensoria Pública. Mas acabou optando por constituir o advogado Warley Pereira Almeida, que, ontem, entrou com mandado de segurança, com um pedido de liminar para a matrícula na universidade. Em situação semelhante, o estudante Camilo Carvalho, de 21, conta que fez 187,78 pontos, suficientes para a aprovação. Ele assegura que preenche os requisitos de carência, tendo em vista que só tem mãe, que é monitora de creche em Catuti, um pequeno município do Norte de Minas. Mora ´de favor´ numa república em Montes Claros. Camilo diz que não recebeu a visita da equipe da Cotec e que foi desclassificado do sistema de reserva de vagas. ´Não sei porque fizeram isso´, afirmou o estudante. ´Procurei a Justiça e espero que possa ter assegurado o meu direito´, disse estudante, que recorreu à Defensoria Pública. O presidente da Comissão Técnica de Concursos da Unimontes, Reinaldo Marcos Batista Teixeira, disse que as visitas domiciliares visam comprovar as informações socioeconômicas dos candidatos ao sistema de reserva de vagas estão previstas em edital. No caso de Wesley Diego, ele disse que as equipes da comissão estiveram pelo menos três vezes no endereço fornecido pelo candidato, mas que, em nenhuma delas, ele foi encontrado. O fato se repetiu com o estudante Camilo Carvalho. Por isso, houve a desclassificação dos dois candidatos. ´As normas previstas em edital foram cumpridas integralmente´, afirmou. Quanto aos recursos apresentados pelos dois estudantes, Reinaldo Teixeira disse que a universidade vai aguardar a decisão da Justiça, não se manifestando antes disso.

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