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Mensagem: Agência para o desenvolvimento Waldyr Senna Batista Ao criar a Agência de Desenvolvimento do Norte de Minas (Adenor), a Associação Comercial e Industrial (ACI) está reeditando, com roupagem nova, instrumento que utilizou anteriormente. A primeira vez foi com a Superintendência do Desenvolvimento de Montes Claros (Sudemoc), autarquia municipal idealizada pelo então vereador Ubaldino Assis, que foi presidente da ACI. Era a fase de ouro da Sudene e a similar local tinha por finalidade divulgar os incentivos fiscais oferecidos para a instalação de indústrias na cidade, visando a atrair investidores de outras regiões do país. Não chegou a produzir resultados, embora a ocasião fosse propícia. É que a administração municipal da época era tão ruim, que nela não funcionava nem a limpeza pública, quanto mais um órgão cuja pretensão era fornecer informações técnicas confiáveis. Veio depois o Conselho de Empresários do Norte de Minas, iniciativa do industrial Luiz de Paula, que ocupava a vice-presidência da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e havia instalado a Coteminas em Montes Claros. Há exatos 20 anos, esse Conselho propunha-se a promover o reestudo da política de incentivos fiscais, cuja extinção estava sendo cogitada por candidatos à presidência da República. Eles acabariam no governo FHC, que extinguiu a Sudene a pretexto de combater a corrupção. Outra iniciativa foi o Forum de Desenvolvimento Sustentado do Norte de Minas. Reunia pessoas ligadas à região, que estavam eventualmente ocupando postos de influência política ou a direção de órgãos governamentais. O objetivo era atrair recursos dos governos estadual e federal para a região. Foi realizada uma única reunião, que contou com a participação, entre outros, do senador Darcy Ribeiro, do presidente da Fiemg José Alencar, do presidente da ACMinas Lúcio Bemquerer, do líder do governo na Câmara dos Deputados Humberto Souto e do presidente do sindicato da indústria pesada, Jamil Habib Cury. O objetivo, o de sempre: alavancar recursos para a região. Boas intenções que foram atropeladas pela crise que resultou no impichamento do presidente Fernando Collor. Pouco tempo depois foi criado o Conselho para o Desenvolvimento do Norte de Minas, de certa forma inspirado no Forum. Presidido por Elias Siufi, era vinculado à diretoria da ACI. Promoveu reuniões, manteve contatos em Belo Horizonte, São Paulo e Brasília, para onde viajavam seus integrantes. Não teve vida longa. Surge agora a Adenor, tendo como modelo agências que funcionam com êxito em outras regiões do país. Trata-se de sociedade civil, sem fins lucrativos, cujo objetivo é “promover, quantificar e qualificar a riqueza da região Norte de Minas”, segundo reza seus estatutos. Está se instalando em bases profissionais, devendo montar banco de dados e dedicar-se à elaboração de projetos técnicos que serão oferecidos aos governos (federal, estadual e municipais) para implantação no Norte de Minas. Com isso, quer inverter o procedimento tradicional, segundo o qual a iniciativa cabe sempre aos governos. Toma como exemplo o que se deu com a reconstrução da BR-135, em que, por iniciativa da ACI, o projeto técnico foi elaborado e oferecido ao governo federal, que licitou a obra e a está executando. Na assembleia de criação e instalação da Adenor, realizada na última quarta-feira, foram alinhados outros itens de sua proposta: promover a integração intra e interregional; agregar, integrar e valorizar os esforços de desenvolvimento, atuando em todos os 89 municípios da região para identificar oportunidades de investimentos; acelerar o crescimento econômico sustentável, trabalhando as cadeias produtivas, valorizando a biodiversidade e oferecendo infraestrutura competitiva. Seu diferencial é ser entidade não governamental (Ong), capacitada a prestar serviços a empresas e a órgãos oficiais. Está aberta à adesão de pessoas físicas e jurídicas, que subscreverão cotas de R$200,00 para terem direito a participar das assembleias. E sobreviverá com a cobrança de honorários pela prestação de serviços. Terá direção enxuta: três diretores, um secretário-executivo e uma secretária (só os dois últimos serão remunerados). Que não seja apenas mais uma tentativa. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)
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