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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Com o pé na lua Manoel Hygino (Hoje em Dia) Aconteceu em julho, os jornais do mundo já lembraram. Em 24 do sétimo mês do ano, em 1969, três astronautas americanos regressaram, com segurança, à Terra, depois da sempre sonhada viagem ao nosso satélite. Lá, deixaram instrumentos científicos, uma bandeira dos Estados Unidos, e uma placa com suas assinaturas, a do presidente Nixon e uma curta mensagem: “Aqui os homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua. Julho de 1969. Viemos em paz, em nome de toda a humanidade”. Bela mensagem, insofismavelmente! Pena que outras mensagens de Tio Sam não tenham sido afixadas em muitos países da Terra, com idêntico voto e augúrio. Em todo caso, mesmo com as restrições de homens livres e nações pobres do planeta em que vivemos, os súditos de Tio Sam deram prova suficiente de sua grandeza tecnológica e da riqueza material capaz de conduzir o ser humano a um satélite. A descoberta, ou melhor, o desembarque de Neil Armstrong, na Lua, o primeiro terráqueo que lá desceu, contribuiu para arrefecer a poesia dos amantes, dos namorados e dos boêmios. E dos poetas, antes de todos ou com todos. Não sem razão Camilo Castelo Branco classificou o poeta como o amante da noite, da solidão, da Lua, das estrelas do mar. Os sonhadores, e os poetas especialmente o são, amam a Lua e o luar, vivendo como por cá se diz, no mundo da Lua. Embora não aprecie, pudico talvez que seja, indago sobre a afirmativa de que os que têm sorte, nasceram com os fundilhos para a Lua. Por quê? Não sei explicar. As viagens humanas aos planetas e satélites vão desfazendo mitos e superstições seculares, milenares. Mas o bom da vida é o mistério, a descoberta contínua do desconhecido. De velhos tempos resta muito de belo no coração e nas lembranças. Para o boêmio, a Lua ainda merece ser cantada. Para o homem simples do interior, ainda há interesse em olhar o satélite em noites esplendorosas, tentando nela identificar a figura de São Jorge, montado sem eu ginete, no enfrentamento do dragão feroz. O mesmo santo que, em estampas coloridas, se via dependurado nas paredes dos bordéis. Cronista de Montes Claros, que se esconde no pseudônimo de Teixeira, observa que na região o frio é mais intenso em julho, superando o de junho, o mês das fogueiras. Agora que agosto chegou com o advento triunfal das Festas, que são gáudio do sertão mineiro e seu orgulho, identificam-se os ventos, permitindo voltar o que lá se chama “arara”, e não “pipa”, expressão paulista. A comemoração dos 40 anos do desembarque e passeio do primeiro do primeiro humano à Lua já é registro histórico. O homem avança pelo espaço em busca do meio ambiente que aqui se degradou e de bens materiais que nos faltam ou cá jamais existiram. Edwin “Buzz” Aldrin, um dos cidadãos americanos que foram à Lua com Neil Armstrong, apelou ao Congresso e ao povo de seu país para que recordem a missão Apollo 11 e a usem como fonte de inspiração para ir a Marte: “Estados Unidos, vocês ainda têm um sonho? Vocês ainda acreditam em si mesmo? Peço à futura geração e a nossos dirigentes políticos que deem esta resposta: sim, podemos”. Armstrong, o pioneiro a pisar o solo lunar, qualificou a missão de que participou como uma competição pacífica entre EUA e União Soviética: “Ela permitiu que os dois lados tomassem um caminho elevado, voltado para a ciência, o conhecimento e a exploração”. Aparentemente, não identificou razões maiores para o grande conquista espacial. Aldrin comentou seus primeiros passos no satélite: “Um lugar tão desolado, tão completamente sem vida. Provavelmente não tenha mudado muito nos últimos 100 mil anos”. E o homem, na Terra, terá mudado para melhor? Disse o cronista que, naquele já remoto 20 de julho de 1969, a ciência ou a voracidade das nações poderosas tomou a Lua dos namorados. “É preciso retomá-la urgente”. Recordemos Chiquinha Gonzaga na velha República, em valsa memorável: “Ó! Lua branca de fulgores e de encanto, / se é verdade que ao amor tu dás abrigo/ vem tirar dos olhos meus, pranto/ Ai, vem matar essa paixão que anda comigo...”

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