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Mensagem: Os dois imortais Manoel Hygino (Hoje em Dia) Quando pronuncio o nome de Hernani Fittipaldi, geralmente a primeira pergunta é: “É parente do Émerson, o campeão mundial de Fórmula 1?. E é, o Hernani é seu tio, gaúcho, nascido nas barrancas do Rio Uruguai, na fronteira com Argentina. Hernani ingressou na Aeronáutica, foi piloto e ajudante-de-ordens de Getúlio Vargas, presidente da República, acompanhando-o até o desfecho trágico. É autor de “Histórias do piloto e ajudante-de-ordens de Getúlio Vargas, publicado pela TV Mais, em 2007. O piloto da Aeronáutica, em 1952, já estava com Vargas no Catete para este cumprir seu mandato presidencial. Ao final de audiência com o ministro das Relações Exteriores, João Neves da Fontora, Getúlio, ao receber um livro de presente, afirmou: Eu gosto de receber livros, especialmente deste jovem talentoso. O nome ainda será famoso. O militar pegou o livro a que o presidente se referia e leu a dedicatória: “A Getúlio Vargas, com sincera admiração e profundo respeito, oferece J. Guimarães Rosa, Rio, 1952. Nome do livro: “Com o Vaqueiro Mariano”. Edição Hipocampo, Niterói. Pela originalidade na forma e conteúdo que escolhera os sertões, o homem, os falares e deveres, Getúlio previa sucesso crescente na carreira literária de Rosa, se perseverasse na trilha, mais um estrela das letras do qual de tornaria admirador e por quem sempre perguntava, isto no início de carreira do escritor mineiro. Anos mais tarde, Rosa seria eleito para a Academia Brasileira de Letras, tornando-se confrade de Getúlio, empossado na Casa de Machado de Assis, falecendo dois dias após a solenidade. Manuelzão ficou mais tempo que o companheiro de andanças pelo sertão. Napoleão Valadares, homem do Urucuia, escritor da mais alta competência e do melhor agrado, lembrou os fatos. Comentou: “Parece que a indesejada das gentes está solta contra os personagens de Guimarães Rosa. Advertiu: “Espere aí, dona indesejada. Deixe ainda com a gente o Bindoia e o Zito, ali em Andrequicé, quietos. Deixe os últimos vaqueiros de Rosa. Ele ainda têm muita coisa para contar daquela viagem que fizeram da fazenda Sirga para a fazenda São Francisco. Podem até esticar um pouco a história da mula Balalaica, chegando mais perto do Burrinho Pedrês”. As coisas que poderiam ser descritas sobre Rosa e seus personagens-companheiros de jornada talvez já tenham sido transmitidas. Tudo vira passado, o tempo é impiedoso e infatigável. Só de formatura, o escritor, que foi colega de Juscelino na Faculdade de Medicina, são transcorridos 92 anos. A turma foi de 1927, composta por jovens ilustres. As gentes de minha terra, que adoram Rosa e o estudam com devoção, e o leem e o admiram, não têm o que contar sobre o predestinado autor de Cordisburgo, que tanto falou em Montes Claros, até porque a cidade, por sua significação, não poderia ficar ignorada. Rosa não teve maiores contatos com montes-clarenses, sequer teria estado na cidade, segundo Haroldo Lívio e outros historiadores locais e da região. O próprio Haroldo descobriu uma pista, quando uma equipe da TV Globo esteve ali para estudar filmagens do seriado “Diadorim”. Mas o grande autor não visitou a cidade, apenas por ela passou, alguns minutos, pelo trem da Central do Brasil, ferrovia que ligava extensas regiões de Minas. Ele ia para Janaúba e não tinha jeito senão transpô-la. O escritor estava acompanhado de Manuelzão. O personagem do romancista, contou a Walter Avancini, diretor do projeto da televisão, que Rosa não desceu sequer para tomar um cafezinho na estação, na gare que recebera Melo Viana em 1930, na famosa “emboscada de bugres”, aludida por Assis Chateaubriand. Parece que tudo está virando pretérito, definitivamente.
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