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Mensagem: Ascensão e queda. Rigor do governo decepciona empresários do Jaíba, que recebem multas em cascata - IEF aterroriza os agricultores - Do pequeno ao grande, desorganização atrapalha a todos -Helenice Laguardia Ampliar a produção no Estado de Tocantins e desacelerar no Jaíba, no Norte de Minas Gerais. Esta é a ideia do proprietário da Fazenda Dosanko, do grupo Brasnica, Helton Jun Yamada, revoltado com o tratamento que tem recebido dos fiscais do Instituto Estadual de Florestas (IEF). ´Estamos aqui para produzir fruta e não para produzir carvão´, desabafou o herdeiro da maior produtora de frutas tropicais do mundo. Helton Yamada também tem enfrentado a dificuldade de licenciamento ambiental desde 2004, quando a Brasnica adquiriu 1.200 hectares de terras na fase II do projeto. ´As reservas ambientais estão com área maior do que a reserva legal´, informou. Além da Fazenda Dosanko, o grupo conta com a produção da Fazenda Yamada, com 600 hectares. ´Desde o início tivemos quase um ano de espera para poder liberar o desmatamento. A partir do desmate de 400 hectares, o processo tem tido lentidão enorme´, confirmou. Hoje, o Grupo Brasnica tem 600 hectares de terras ociosas por culpa da ingerência governamental. ´A gente está pagando caro por estas áreas estarem paradas. A Copasa cobra taxa mensal de R$ 6 por hectare por mês para manter estrutura mínima. São R$ 3.600 mensais de gastos´, calculou. O herdeiro do grupo Brasnica informou que o desentendimento interno de órgãos do governo de Minas Gerais, devido à inclusão do Projeto Jaíba na área de proteção da Mata Atlântica, está trazendo autuações aos produtores. ´Fui multado em R$ 50 mil, pela primeira vez, em dezembro do ano passado e o meu gerente na fazenda em outros R$ 50 mil.´ A alegação apresentada pelo IEF era por causa da diferença entre a área desmatada pela quantidade de lenha. ´Foi uma decepção. A gente propôs pagar um fiscal para acompanhar o trabalho em nossa propriedade para não existir essa desconfiança e não sermos tratados como bandidos´, sugeriu para uma propriedade com 200 funcionários que poderia ter 500 trabalhadores. ´Agora, não temos nem data para finalizar o projeto. Como vamos fazer sem ter segurança?´ Yamada já procurou representantes do governo de Minas Gerais. ´Já conversamos com tanta gente achando que o problema ia se resolver e não tivemos resposta nenhuma´ . Quase todos os pequenos e grandes produtores preferem o silêncio, motivado pelo medo de perseguições do IEF. Quase todos tem um caso a contar de ´arbitrariedade´ que se finalizaram com multas pesadas. Um deles que pede para manter o anonimato diz que o IEF é cego e ´paralisa o trabalho, prefere cobrar multas, e assim o Estado perde milhões de arrecadação. São burros´. Ele colocou à venda a propriedade e já deslocou equipamentos para a Bahia.O gerente de um projeto do Jaíba declarou ter sofrido ameaça de prisão, pois a Policia Florestal, durante uma blitz, mesmo sem encontrar motivos, tinha ordem ´de levar alguém preso´. Um dos sócios da Ibá Agroindustrial, Eduardo Rebelo, também foi multado pelos fiscais do IEF. Pagou R$ 11 mil. Com 250 hectares de café, produziu 1.500 sacas do tipo Arábica e exportou para a Alemanha. ´Meu custo de produção é de R$ 300 a saca, mas o mercado paga R$ 250´, contou. Hoje, com 2.000 hectares, tem planos de plantar 120 hectares de cana e 750 hectares de pivô central de culturas diversas. Empresas levaram progresso O Projeto Jaíba mudou o cenário comercial do município, a 620 km de Belo Horizonte. A empresária Cleusa de Brito, 44, dona da lanchonete K e F e de quatro propriedades rurais, trabalha 12 horas por dia para progredir ainda mais depois de 20 anos na cidade, mas teme perder tudo que conquistou se as empresas desistirem do Jaíba. ´Elas não podem sair daqui, mas esta questão ambiental pode atrapalhar´, disse. O marido, segundo ela, já foi multado em R$ 11 mil mesmo estando em dia com a lei. Cleusa é uma entre vários pequenos comerciantes da região que temem a debandada das empresas. Sem elas, admite, nada mais vai para frente. (HL) Batendo cabeça - Discurso do governo não condiz com a prática Em entrevista a O TEMPO, o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso, deu a receita: ´É necessário uma grande empresa do setor de produção de frutas e sucos para desovar a produção local. Estamos trabalhando, mas ainda não temos essa empresa.´ O detalhe que o secretário demonstra não saber é que a Pomar Brasil já está instalada no local para esse objetivo. Porém, como todas as outras grandes empresas que investiram na região, enfrenta todos os entraves burocráticos do próprio governo para exercer esse papel. Outro exemplo é a Ibá Agroindustrial. ´Em 2006 venceu a licença ambiental que demorou dois anos para ser renovada, atrasando a produção´, lembrou Eduardo Rebelo, diretor da Ibá. Para ele, se a situação não se resolver, Minas não dará garantias para o investidor. Embora ainda tenha esperança, o produtor Helton Yamada, da Brasnica, questiona se eles terão tranquilidade para trabalhar. ´Há problema com o canal central de irrigação, que estragou e nos deixou 15 dias em água para irrigar´. Ele admite prejuízo de R$ 500 mil a R$ 700 mil por ano só com a morosidade.
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