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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O APURADO DA MALANDRAGEM (série Bandeira 2) Dos tipos exóticos que circulavam nos salões do Bandeira 2, consta um militar que, expulso da corporação por excesso de malandragem e sendo solteiro, partiu para o golpe do baú. Noivou com uma viúva abarrufada de grana de herança, conduzindo-a ao altar. Como padrinhos de casamento foram convidados Manoel do Bandeira 2 e um Alívio (advogado porta de cadeia). O padre (Pássaro Preto) contratado, para seu azar, era também malandro. Um fugitivo das capitais que entrou na batina para se dar bem. Ministrava e fazia os crédulos de uma cidade campesina próxima. O Pássaro Preto sacou o noivo malandro e aplicou o contra-agá na hora da cerimônia. Perguntou: Seu casório é vento, ou é bandeira? O noivo respondeu: Ventolino! O pássaro preto prosseguiu: É fechamento (matar a noiva após o casamento) ou lavatório (deixar a esposa após o casamento)? O noivo respondeu: Lavatório! Definido o tipo da aplicação na noiva o Pássaro Preto faz a conclusão: É brancolino? (uma parte come a grana sozinho) ou rachulino (o Pássaro Preto leva uma boa parte)? O noivo respondeu: É rachulino! Nessa altura, o padre pergunta sobre sua garantia em receber sua parte depois do ofício realizado: Qual é a minha garantia? O golpista retrucou: Meus padrinhos, o Alívio aqui e Seu Manoel do Bandeira 2, que são meus amigos! Selado o acordo dos dois malandros da vida, o Picão ganhou de presente de casamento uma grande empresa, e o Pássaro Preto ficou barrufado de vento. Tudo resolvido segundo o código 171 da malandragem! Como a convivência com a clientela, maioria de malas com e sem alças, seu Manoel do Bandeira 2 numa ocasião, viajou de carona com o famoso Joaquim Vermelho (famoso vendedor de carteira falsa para motorista e intermediário em contratos de pistolagem) para Belo Horizonte. Joaquim, cobra mais do que criada na noite, mestre da chaveta e do contra-agá, pisava fundo no acelerador a 140 por hora. Mal sabia o carona que o homem estava trincado de tanto mandar fumaça baiana para o cabeçote. Olhar inflamado, vermelho que nem um pimentão perguntou:- Manoel, aquele carro lá na frente esta vindo ou indo? Percebendo o rabo de foguete no qual entrara, Manoel respondeu:- Encosta a direita e para, que ele tá doido e vai passar raspando! Parado o veículo, Manoel tirou a chave do painel e convenceu o homem a ir dormindo no banco de trás. Ele estava tão trincado que não sabia que estava dirigindo. A noite tem o seu tom exótico e Branquinho, um malandro sarará novo no pedaço, queria fazer fama de valente, e como já tinha aleijado um assaltante a tiros, resolveu copiar Saluzinho e saiu à procura de um confronto com os da lei. Estava a fim de ir para a capa da revista! No Caldo de Mocotó próximo encontrou Robertão, policial militar, o maior valente da cidade. Deu um coro no homem, o cortou de faca e só não matou, porque foi imobilizado pelo Negão Torresmo, professor de artes marciais. Dias depois, estando embriagado foi morto a facadas por uma dama da noite na qual aplicara uma finta. À noite as ruas têm seus prazeres e seus castigos! Quando o malandro cai e o castigo pega, urra sozinho e apanha que nem cachorro sem dono. A noite não tem revertério, caiu para dentro está batizado. Malandro é malandro, e macaco é 17. De tudo o que Deus fez, o malandro é a cria pior. Só dá prijú!

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