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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: “ASSIM ERA O NOSSO BREJO – HOJE FRANCISCO SÁ – 1920-1930” Dois séculos separavam a nova geração da bandeira de Antonio Gonçalves Figueira: e só agora é que as reminiscências criadoras daqueles sertanistas formavam um amontoado de casas simples, com alguns arruamentos, tendo como ponto principal o inconfundível e nunca ausente Largo da Matriz. Na entrada do lugarejo, para quem vinha de Montes Claros, via-se uma pequena fazenda de área limitada, na encosta do Morro do Mocó, justamente o local onde a tradição e a lenda diziam achar-se enterrado um rico e fabuloso tesouro! A medida que o forasteiro ia entrando daquele lado, os meninos apontavam quando interrogados, os nomes dos moradores: Ali, naquela casa com um coqueiro em frente, mora “Sá Jacinta”, uma velha que tem uma fazendinha com algumas vacas leiteiras: naquela outra, mora um negociante de secos e molhados, chamado “Nezinho Pena”: mais a frente outro de nome “Juca Brinco”, nome oriundo de um brinco natural que possui atrás das orelhas. Entrando-se naquele beco, dá-se na casa de Pedro Ferreira, escrivão de paz: mais para a esquerda, atrás da Igreja, a loja de “João Caixeiro”, a venda de Patrício Pena. Andando-se mais um pouquinho, saia-se no Largo da Matriz, o principal do lugar, pois era nele que estava a casa grande e aconchegante do chefe – o coronel Jacinto Alves Silveira, o fundador do lugar. Ao lado, um velho casarão, à guisa de mercado, pouso obrigatório daquelas legiões de tropeiros que enfeitavam as estradas do Sertão, vindos de todas as regiões do norte de minas e Bahia. Passando-se por aquela travessa, dava-se no “Largo do Comércio”, justamente o centro comercial do pequeno distrito de “Brejo das Almas”. Era nele que se formavam os grupinhos, à porta dos vendeiros, para discutirem os últimos preços em voga na feira, pois naquele tempo não era uso ainda falar mal e desejar as mulheres alheias...Também, infeliz de quem o fizesse, porquanto o trabuco estava sempre ali à socapa!... Para quem olhasse cá da esquina do Mercado, via-se outra esquina – a da farmácia – onde palestravam o Farmacêutico Francelino Dias, mais conhecido pela alcunha de “França” (que muito tempo depois após o pequeno distrito se transformar em cidade, veio a ser um de seus vereadores), com seu grande amigo Rogério. França estudara no Seminário de Diamantina e exercia, por força das circunstâncias, também a profissão de médico, em cuja clinica, podia dizer que era um verdadeiro perito, tal a consciência com que a praticava! Órfão de pai, sua família estava agora sob a chefia do padrasto, também negociante das fortes, mas de fazendas e armarinho. Chamava-se Carlos de Oliveira Pena, ou simplesmente “Sô Carrinho”. “Sô Carrinho” era do tipo dos negociantes do tempo antigo, que não faziam propaganda e nem precisava atrair a frequezia. Pachorrento no interior do balcão ficava horas esquecidas enrolando seu cigarrinho de palha, enquanto fumegava outro preso aos dentes. Amigo incondicional do Coronel Jacinto, amizade esta de muitas raízes, ele era homem de influência, principalmente nas épocas de eleições. Foi o primeiro Vice-Presidente da Câmara, falava pouco, lia o seu jornalzinho e, vez por outra, para se desincumbir da confiança do Governo, visitava a Escola Pública na qualidade de Inspetor. Já seu irmão Estelito, era bem diferente! Na esquina do Mercado, negociante de duas portas, levava o dia inteiro quase que a contar mentiras, mentiras inocentes – tipo das que contava Monsenhor João Floriano, do Arcebispado de Diamantina. De cócoras em cima do passeio, numa roda de ouvintes, ia desfolhando as páginas de suas “memórias”, apontando com sede do feito a cidade de Pomba, na zona da Mata. Onde residira por muitos anos. Há certas pessoas assim: para não serem desmentidas, apontam o fato em lugares bem distantes ou, parece incrível, citam testemunhas que já morreram! “Mané de Vovó”, por exemplo, um mestiço criado pelo Padre Augusto, sendo contestado numa roda no meio da qual contara um fato inverossímel, virou-se naturalmente para o interlocutor e exlamou! “Que sabê a verdade? Prergunta para o finado Padre Tergino! E assim era o nosso Brejo. Um grande abraço meus conterrâneos de Francisco Sá e região. Enoque A Rodrigues, de São Paulo, SP.

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