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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: DESVALORIZAÇÃO DO PROFESSOR José PRATES Os jesuítas, na metade do século XVI, instalaram as primeiras escolas do Brasil que se dedicavam, principalmente, ao ensino religioso. Apesar da desenvoltura de um sistema privado, tinham o financiamento público feito pelo Estado, que vinha de um imposto cobrado através de um “sêlo” chamado de Educação e Saúde, obrigatório em qualquer documento público como, também, em reconhecimento de firmas e outros procedimento obrigatório em documentos particulares de reconhecimento público como recibos, contratos, etc. A desenvoltura de um sistema particular dava uma boa qualidade ao ensino público, colocando-o distante do controle e das injunções do Estado. Essa qualidade foi mantida por muito tempo, começando a cair pelo desinteresse dos professores, já naquele tempo mal remunerados, chegando à precariedade que é, hoje. Foi a mensagem 51871 de Cléia, que me chamou atenção, principalmente pelo que ela diz sobre ai mesmo, Montes Claros, os professores são desprezados, “chegando a ser grosseiro”. Mas, não é só em Montes Claros, não. É no país inteiro. Pela lógica, ninguém que obteve algum sucesso na vida, pode esquecer a primeira mestra que lhe ensinou o bê-a-bá, pegando em sua mão para escrever as primeiras letras, na construção do alicerce da vida. Ninguém desconhece ou nega a importância da primeira mestra, a normalista jovem iniciando a carreira ou a mulher de cabelos brancos, calejada no trabalho, beirando a aposentadoria. Quantos lembram com carinho e saudade desse tempo que ficou no passado, mas, também, quantos e quantos alcançam o poder e não mais se lembram dessa humilde criatura de tamanha importância na construção de sua vida cultural ou profissional? Para provar o que dizemos, está ai o baixo salário pago ao professor, de qualquer nível, principalmente do primário, que chega a ser vexatório e atesta o descaso dos governantes e legisladores com a situação em que se encontra a categoria. Em alguns lugares do nordeste, o salário do Mestre nem alcança o mínimo estabelecido por lei. Mas, isto não é de hoje, vem de muito tempo atrás e chega a ser histórico. Ninguém ignora, principalmente os governantes, que é isso que desestimula os professores, contribuindo de maneira decisiva na má qualidade do ensino publico. Em alguns Estados do Nordeste, a situação hoje, é triste. Pesquisa recente feita pelo Ministerio da Educação mostrou que entre as capitais brasileiras com os piores Índices de Desenvolvimento da Educação Básica, Salvador teve a nota mais baixa. Os dados mostram outra realidade preocupante: 20 cidades baianas estão na lista dos municípios brasileiros com o pior desempenho nas escolas da 1ª à 4ª série. A Bahia, por incrível que pareça, é um dos Estados que pior paga aos seus professores. Não é a toa que as escolas normais em todo país estão quase vazias pelo desinteresse do jovem ao magistério, ao contrário do que acontecia num passado distante, quando mesmo com salário baixo, era uma profissão atraente pelo prestigio e respeito social. Hoje, nem isto existe mais. Em entrevista à Folha de São Paulo, a Coordenadora da Faculdade de Educação da Unicamp e especialista em condições de trabalho e formação de professores, Maria Márcia Malavasi diz que uma conjunção de fatores como ´desprestígio´, ´falta de respeito social´ e ´baixos salários´ contribui para o declínio da carreira e a baixa procura pelos cursos de magistério. Para João Cardoso Palma Filho, professor titular de política educacional da Unesp e vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, não só o salário contribui para a baixa procura, ´embora seja uma coisa determinante, mas,também, a falta de estímulos para a profissão. Todo mundo vê o que está acontecendo no ensino, mas, ninguém faz nada porque os interesses são outros. A educação e a saúde não são visíveis aos olhos do eleitorado, não mostram a ação dos que lutam por elas, por isso não dá votos, único interesse dos políticos. A verba para educação e saúde é, talvez, a menor de todas. A luta é, então, do povo em favor da educção e da saúde neste país. (José Prates, 81 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros de 1945 a 1958 quando foi removido para o Rio de Janeiro onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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