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Mensagem: Imagem comprometida Waldyr Senna Batista A população de Montes Claros é levada a festejar vitórias, nas quadras, de equipes adotadas pela Prefeitura, mas pouco há o que festejar em setores como segurança pública, economia e administração. Dia desses, na coluna de Benedito Said, publicada pelo “Jornal de Notícias, saiu nota que registrava o arrombamento, em uma só noite, de uma dezena de carros estacionados na rua, dos quais foram retirados aparelhos de som e outros objetos. Um verdadeiro “arrastão”. A não ser pela quantidade de veículos danificados em área restrita, tratava-se de ocorrência que tende a se tornar banal na cidade. E, infelizmente, não há como coibir esse crime, por mais que a polícia se aparelhe, tal é a perícia dos ladrões que, em questão de segundos, antes mesmo de o sistema de alarme dos veículos disparar, sacam os aparelhos e desaparecem. O material logo é negociado com receptadores e o dinheiro obtido transformado em pedras de crack. Enquanto houver quem compre, haverá quem furte. Dias depois, o mesmo jornal estampou duas manchetes, na primeira página, que não deixaram dúvidas quanto à banalização da criminalidade aqui. A primeira: “Dez vítimas de uma só vez”, noticiando que ladrões armados fecharam uma madeireira, no bairro Roxo-Verde, em pleno expediente comercial, renderam os que ali se encontravam e saíram com levando 4 mil. A outra matéria trazia o título: “Comerciante troca tiros com menor assaltante, no Centro”, registrando ação de um adolescente de 14 anos, atingido por dois tiros em tentativa de assalto a uma joalheria na área central da cidade. Os disparos foram feitos pelo dono do estabelecimento, e o rapaz, hospitalizado, foi medicado e escapou. As três ocorrências preocupam devido à repercussão de fatos como os do Morro dos Macacos, no Rio de Janeiro, guardadas as devidas proporções, pois não consta que a polícia tenha elucidado esses e dezenas de outros crimes e detido os autores deles. Os setores policiais, no entanto, vêm dando ênfase a estatísticas, segundo as quais os índices de criminalidade na cidade estão em queda, apesar da ainda elevada média mensal de cinco homicídios, quase todos com características de execuções sumárias. Seriam indícios de disputa entre gangues pelo domínio de pontos de drogas. Montes Claros está inserida na rota do narcotráfico, que se estende do centro-oeste do país até o Nordeste. A polícia tenta interromper essa corrente e tem alcançado êxitos pontuais, prendendo alguns dos principais bandidos, que foram transferidos para presídios de outros estados. Do interior das prisões, pelo celular, eles continuam comandando o crime. Embora uma coisa nada tenha a ver com a outra, mas acaba tendo, registre-se também que, na mesma edição, em página interna, o jornal estampa números pouco coerentes com a sempre alegada importância econômica de Montes Claros. A começar pelo fato de a cidade ocupar a sexta posição entre as mais populosas do Estado. Sempre que se referem a isso, os jornais confundem população numerosa como equivalente a melhor cidade. Em desenvolvimento econômico e social, que é o que interessa, pois nisso se inclui qualidade de vida, Montes Claros ocupa a humilhante 34ª posição entre os 832 municípios mineiros e a 418ª colocação entre os 5.580 municípios brasileiros. Os números são da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), relativos a 2006. É válido o esforço de investir em esportes, por exemplo, a título de divulgar o nome da cidade, no Brasil e no exterior. Mas, mais importante do que isso é superar as notórias deficiências que comprometem a imagem de Montes Claros no tocante a desenvolvimento econômico e social. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)
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