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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: CHUVA A chuva foi, é – e continua sendo – a grande bênção Não importa se venha forte e extrapole além das fronteiras do esperado ou se venha fraca e fique a dever às plantas, aos lagos, rios e plantações. A gente vê Deus na pouca ou tanta água e agradece. Mesmo fraca nos anos ruins e farta nos bons que sempre demoram a voltar, a gente deste norte querido sempre teve um carinho especial por estes doces e límpidos pingos que vêm lá das nuvens e nos traz tanta alegria aqui embaixo, fazendo o verde mais verde e lavando-nos literalmente o corpo e a alma das aleivosias e malquerenças adquiridas . Com a chuva – aleluia - vem doces lembranças de infância. O Rio Vieira (coitado, agora rebaixado para riacho por quem devia pensar mais, agir mais e falar menos) se transformava. De um manso caminhar de verde espumante (coitado , pelas descargas das primeiras fábricas do progresso) para um desvairado galope de cor de chocolate , onde sucessivas ondas e perigosos redemoinhos destruíam e levavam rio abaixo , sistematicamente, mal enjambradas pontes de madeira de caixotes e pregos mal batidos. Revigorada gambiarra artesanal de todos os anos pelos antigos artífices legais , que sabiam da fúria anual do velho Vieira e faziam o serviço sem capricho , talvez pela desesperança em querer desafiá-lo, ou, quem sabe, pela simples certeza da renovação anual de um fácil trabalho e mais um vintém para o bolso. Infelizmente, a história se repete. Asfalto vira poeira no primeiro uso e lama ao segundo pingo . Que entope tudo, trazendo infelicidade para muitos e fazendo a fortuna de poucos.. Antes, o Rio Vieira enchia e toda a cidade – meninos, velhos, senhoras e raparigas, todos juntos, democraticamente - ia ver aquela maravilha da natureza, com satisfação e um sorriso na face. Como o Rio Nilo , desde os Faraós, que saltava das margens e molhava a terra para o que mais se plantasse e tudo desse. Abraço a todos. Flavio Pinto

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