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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: ...ASSIM ERA O NOSSO BREJO - HOJE, FRANCISCO SÁ - ELEIÇÕES - Outrora, nos dias de eleições, o lugarejo tomava feições de grande cidade. Logo de manhã começavam a chegar os grupos de eleitores, vindos dos núcleos mais populosos, sempre chefiados pelos cabos eleitorais. Muitos deles calçavam pela primeira vez um par de sapatos, de modo que andavam pisando em ovos!... Quando os dedos, imprensados lá dentro, começavam a “pegar fogo”, eles punham os sapatos no ombro e andavam engravatados... Mais claro, sem eles!... As eleições do passado tanto em “nosso brejo” como nas demais partes do Brasil, pareciam ser bem mais honestas que as atuais, pois o eleitor votava quase sempre no candidato do seu chefe. Havia naquele tempo em Brejo das Almas, hoje nossa querida Francisco Sá, beldade do norte de minas, dois candidatos fortíssimos que sempre concorriam as eleições do lugarejo: O coronel Jacinto Silveira e o coronel Olimpio Dias, seu compadre. O primeiro, ou seja, o coronel Jacinto era partidário do Dr. Honorato José Alves, seu dileto amigo e deputado, enquanto o segundo, ou seja, o coronel Olimpio Dias, acompanhava o deputado Camilo Prates. Na única secção eleitoral que existia, o coronel Jacinto Silveira se postava de um lado e o coronel Olimpio Dias do outro. Quando entrava o eleitor, este recebia a cédula de seu chefe respectivo, colocando-a depois na boca da urna. Quando terminava a eleição, já se sabia do resultado, pois ganhava aquele que levara maior numero de eleitores. E o coronel Jacinto Silveira era sempre o vencedor.Certa ocasião, um eleitor do coronel Jacinto de nome João Magalhães ganhara um cavalo para votar no candidato contrário. Na hora da votação, quando ele entrou na secção, o candidato Olimpio Dias, que lhe dera o cavalo, passou-lhe a cédula. Admirado o coronel Jacinto virou-se para ele e disse: “Compadre, este eleitor é meu eleitor! O senhor talvez o esteja confundindo com outro...” João Magalhães, muito desapontado, recebeu a cédula do coronel Jacinto e colocou-a na urna. Olimpio Dias, sem querer revelar o que se passara, fuzilou-o com um olhar mortífero... Quando terminou a eleição, João Magalhães já estava sem o cavalo!... (...)

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