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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Esta foto enviada por Flávio Pinto é de encher as medidas. Começa com a moça linda, cujo sorriso, creio, pelo exame das sombras, ilumina a risonha manhã. Tem Lazinho de terno, com o jornal na mão, e a mesma jovial face que conservou até partir, muitos anos depois, aos 58. Partiu dormindo, eu me lembro, na madrugada em que o seu Cruzeiro venceu. Tem o transeunte, também de terno e gravata, circunspecto no seu caminho. Mais ao fundo, as janelas altas, simétricas, alinhadas, são do Palácio do Senhor Bispo Dom José. Depois, vê-se a silhueta do antigo prédio da Prefeitura, esta com P maiúsculo, escoltado pela cumeeira do sobrado de Hildebrando Mendes, sede da Companhia Telefônica. Antes, muito antes, no ano de 1835, o primeiro Vigário da Matriz, o cura Paulo Barbosa, fez subir esta vivenda para nela cuidar, aninhar, com as portas abertas para o largo principal da cidade, vetusto rocio, a sua mulher e a prole numerosa, de 8 filhos. Os jardins da Matriz – a foto atesta – estão belos, e neles pude entrever os postes republicanos que iluminavam a Praça. Iluminavam a Cidade. Outros tempos. Tudo reflete o burgo feliz, ajustado consigo, rebuço da história decente que ao redor se vivia. Vivia. Nem falo do sorriso do menino, do seu cabelo “Príncipe Danilo”, da sua lorde bicicleta. A foto, toda ela, é a evocação do que já fomos – povo feliz, confiante, sabendo de onde veio, certo de saber aonde vai. Não tínhamos assaltantes, espalhando terror pelas ruas, atacando, impunes, cidadãos desarmados, indo depois comemorar o feito em três dias, e três noites, no passadio de um motel, antes de serem denunciados e, aí sim, incomodados. Não tínhamos feriados surgidos do nada, do carreirismo político, partindo a cidade, cutucando com o ferrete de mais desemprego a economia sempre difícil, mas laboriosa. Outros tempos. Outro mundo. Acrescentarei, apenas: os homens andavam pelas ruas, sem medo; as nossas crianças, todas as crianças, brincavam nas calçadas, na porta das casas. Passavam Pastorinhas, passavam Catopês, Marujos e Caboclinhos passavam. Vinham bruaqueiros, alta madrugada, lua intensa, sob escolta da serenata distante. O risco de ser atropelado na porta da escola era inexistente, ouviu menina Taís? O que fizeram de nossa cidade pessoas de menor compromisso, que desconhecem a alegria que esta foto prendeu, e segurou para sempre? Nós todos estamos nela. (Faça o favor, espie de novo. Volte lá).

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