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Mensagem: E o vento levou, mas a saudade resgatou... As lembranças são fragmentárias, no entanto, as imagens evocadas são fortes, ainda que, às vezes, percam a cronologia. De qualquer forma revelam uma época e uma maneira de viver que se extinguiram. É pena que aqueles que não reconhecem a importância das pessoas que passaram em suas vidas, viveram na mesma cidade. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. A vida mais as emoções, que podemos deixar, duram uma eternidade. Alguns fatos do passado ficam intactos em nossa caixa de memórias e permanecem tão vivos que ainda têm os mesmos contornos, cores, cheiros, vozes e sentimentos que criamos para eles um dia. Livre-se do passado para ser feliz... Se você escreve reminiscências, você está ultrapassado, porque a palavra passado parece até pejorativa, principalmente, na sociedade imediatista em que vivemos. Mas se vivo intensamente o presente é porque tenho lembranças e exemplos inesquecíveis do passado. Somos resultado daqueles que vieram antes de nós. Portanto, lembrá-los é reviver o que nos encantou. A Psicanalista Paula Ângela F. de Paula afirmou categórica: “Matar o passado é da ordem do impossível.” Ele está presente. Que tal uma viagem nos anos da inocência? Recompor a geografia afetiva, histórica. As cidades só se constroem com a experiência de vida de seus moradores. Como esquecer os jardins de D. Zizinha Quadros e Lucy Veloso. Era primavera o ano todo. Repleto de flores, folhagens, trepadeiras e onde quer que elas estejam, continuam com as mãos sujas de terra e molhadas de orvalho / As crônicas de Dona Yvone Silveira, com o pseudônimo de Simone na Gazeta do Norte, que encantavam as pessoas de 8 a 80 anos. / A Rua 15. Todos iam a Rua 15. Era ali que aconteciam as coisas. Modas eram lançadas, namoros iniciados, perfumes se misturando. Escutar Florinda Pires Ramos recitando a poesia “Boa Noite Montes Claros” do seu Tio Dr. Plínio Ribeiro era emoção pura / Sílvia Veloso dos Anjos, com sua voz maravilhosa de soprano / Nivaldo Maciel, João Leopoldo Alves, Magnus Medeiros, Dim, Vicente Alves, Antônio Valdir, vozes privilegiadas a nos fazer sonhar e encantar com a vida / Ir ao Programa de Chico Pitomba e Mané Juca na ZYD-7 com os admiráveis Cândido Canela e Antônio Rodrigues / Assistir D. Dulce Sarmento tocar sua composição “Neste meu Sertão”. Suas mãos tão pequenas e tão ágeis criavam um clima de encantamento. / Sob o sol de agosto, Catopês, marujos e caboclinhos alegrando as ruas da cidade e a Igrejinha do Rosário / Encontrar pelas ruas Manoel Quatrocentos e sua elegância, fugir de Alalaô com sua cara de poucos amigos e escutar Geraldo cantando o Hino Nacional. / Fazer piqueniques nas margens do Rio Vieira no Pequi, nos Morrinhos e no Rio Verde. / Passar férias na Fazenda das Quebradas, o paraíso da minha infância. Obrigada minha querida Arinha. / Fazer compras no mercado municipal, em meio aos cheiros e cores dos alimentos enfeitando as bancas. À noite escutando as horas do velho relógio d mercado companheiro das noites de insônia. / Comprar biscoitos de farinha e de queijo no café de Zim Bolão / Nadar na Praça de Esportes, assistir aos jogos de basquete e vôlei e dançar aos domingos pela manhã na “Boate” da Praça. Festas juninas, fogueira, levantamento do mastro, canjica, quentão, pé de moleque... / Festas inesquecíveis: Pessegueiros em flor na primavera de Setembro, Festa do Algodão e em 1957 a comemoração do centenário da cidade – Dr. Geraldo Athayde, Dr. Hermes de Paula – Grandes nomes de nossa história lideraram essa festa, a maior festa do passado Século XX. / Acompanhar a Banda de Música, as procissões, assistir e participar das Coroações no mês de Maio. / Ver o trem chegar e partir da estação da Central. A Maria Fumaça resfolegando, o sino batendo. / Toda a cidade tem suas histórias escondidas nas ruas. Escrevi em pinceladas, ingênuas recordações, a cidade acolhedora e alegre. Em cada canto um amigo, na rua 15 uma paixão, em cada rosto uma saudade. Ninguém segura o tempo. E o que restou? Resta a vida, gerações se sucedem. Santo Agostinho escreveu: A sede da alma está na memória e em Montes Claros ainda está viva a alma da cidade. Mãos à obra! Carmen Netto Victória
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