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Mensagem: ...ASSIM ERA O NOSSO BREJO - PARTE 7 - O Padre Augusto... 2 Ele veio ao mundo no dia 31 de Julho de 1856 em Montes Claros que àquela época já não era mais a colônia de há quase dois séculos atrás, dos ferozes índios tapuias, ou do destemido Bandeirante Antonio Gonçalves Figueira. A praça onde se encontra hoje erguida a vela Matriz era o ponto central da comunidade. Algumas ruas adjacentes já eram calçadas e davam à cidade um aspecto limpo e civilizado. Nas festas de agosto ela se enchia de uma multidão engalanada e satisfeita para ver a corrida da cavalhada, reminiscência das lutas travadas entre Mouros e Cristãos. Era uso que vinha de longe! Naquele dia, no lar humilde de Camilo Prudêncio da Silva, homem austero e de velha têmpera, vários parentes se aglomeravam na pequena sala de estar, à espera de uma délivrance que se aproximava. Camilo Prudêncio andava de um lado para o outro, impaciente, esperando que se retirasse do quarto, quando à porta se abriu e uma preta volumosa apareceu sorridente, exclamando: -“Deus qui conserve ele, sô Camilo: é um anjim de ôio azú qui nem preda de ani”-. Seu Camilo nem sequer teve tempo de ouvir os elogios da preta velha, pois entrou afobado pela porta à dentro, em cujo quarto uma criança já anunciava, com fortes e estridentes vagidos, a sua presença neste mundo do Senhor. Era um tempo em que os pais recebiam o nascimento de um filho como uma verdadeira dádiva dos Céus, diferentemente da era moderna em que os mesmos são considerados um sério empecilho... Aquele não era o primeiro filho do casal, porque antes já havia nascido Américo e Antonio; mas, como se ele trouxesse um destino igual aos grandes iluminados da terra, seu pai sentia no âmago da própria alma como que uma coisa assás diferente! Passados alguns dias, foi levado à pia batismal, sendo oficiante o Cônego Antonio Gonçalves Chaves que foi o próprio padrinho. Este lhe deu o nome de Augusto. Criança, seja ele de que nível for, está sempre a brincar com os companheirinhos. E aquela pertencia à classe média: nem pobre de ser miserável, nem rica de ser barão. Com apenas cinco anos, Augusto já era um menino aplicado, propenso às coisas eclesiásticas, motivo porque era sempre visto na igreja, principalmente nas festas religiosas, vestido com a sua batina vermelha de coroinha. Afilhado do Cônego, a quem todos chamavam de “Inhô-Inhô-Vigário”, foi ele crescendo naquele ambiente místico e cheirando a incenso. Como demonstrasse incontido desejo de aprender as primeiras letras, foi entregue aos cuidados de um tal Benicio Teixeira de Carvalho, mestre de aquela geração montesclarennse. Seu pai, sentindo-se orgulhoso diante das notas que o filho obtinha na escola, de quando em vez, querendo prever o futuro longínquo, dizia-lhe contente alisando os seus cabelos loiros encaracolados: “Meu filho você um dia será o sucessor de seu padrinho”. Camilo Prudêncio, avarento como qualquer pai quando pensa no futuro do filho, sonhava na grandeza de um futuro bispo, esquecendo-se por sua vez de que, nem sempre no veludado da púrpura, está a santidade dos discípulos de Jesus. Enquanto o menino Augusto crescia em Montes Claros, a pequena comunidade de São Gonçalo de Brejo das Almas, hoje Francisco Sá, para cujo rincão ele futuramente se transferiria para exercer o mais puro Sacerdócio, florescia às margens do gorutuba, entre seus morros do mocó e catuni e mais adiante o da “maceira”. Semana que vem tem mais. Homenagem ao grande e incomparável escritor das Alterosas: Geraldo Tito Silveira.
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