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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: MONTES CLAROS COMO FOI José Prates “Montes Claros já teve qualidade de vida infinitamente mais alta. Perdeu-a, nos labirintos de confundir certa falácia dita ´progresso´ com o desenvolvimento efetivo, real, insofismável. Achavam alguns, achavam milhares, que por ser a sexta cidade mais populosa de Minas era a sexta mais importante. Não é.” Infelizmente, temos que concordar com Itamar, signatário da mensagem 52974 posta neste Mural. Grande população não é sinal de alto progresso nem constitui uma credencial de boa qualidade de vida, quando isto ocorre num lugar sem condições planejadas para abrigar tanta gente. O crescimento da população é natural em qualquer lugar do mundo, uns mais, outros menos, dependendo das expectativas de progresso que incentivam a emigração. Montes Claros, desde o seu nascimento como vila em 1831, vem atraindo habitantes pelas condições de trabalho e vida que eram oferecidas ao emigrante, tanto que em 1857, a Vila com pouco mais de 2.000 habitantes, uma grande população na época, já sonhava com a elevação a cidade, pois os melhoramentos existentes eram os mesmos de quase todos os principais municípios da Província, contando inclusive com serviço de saúde prestado pelos médicos Drs Carlos Versiani e Manoel Hipólito, coisa rara naquele tempo. Como vemos pela história, Montes Claros nasceu com a vocação do desenvolvimento e logicamente, por isso, sempre foi uma atração a emigrantes que, em pouco tempo, fizeram a cidade crescer, tornando-a a principal do norte do Estado, com larga influencia na região, começando a estende-la ao sudoeste baiano. Desde essa ocasião, pelo desempenho desenvolvimentista dos colonizador-fundadores, a cidade oferecia aos habitantes uma boa condição de vida, atraindo sempre mais pessoas para habitá-la. As melhorias de condições habitacionais com oferta de bons serviços como, por exemplo, comunicações com a instalação do serviço postal telegráfico em 1832; transporte, como a estrada de ferro inaugurada em julho de 1926, ligando a cidade ao sul do país; saúde com a instalação da Santa Casa em 1871; educação com a criação e instalação da Escola Normal Oficial em 1879, etc. a cidade foi crescendo e melhorando, levando Montes Claros a lugar de destaque no Estado. Na década de quarenta, já com serviço regular de água potável, único na região, instalam uma emissora de rádio, a ZYD-7 ouvida em todo Estado. Logo em seguida vem o Rotary Clube, congregando a elite social. Montes Claros tinha padrão de capital, conhecida, eu acho, em todo o país. Em 1950, na administração do Capitão Eneas Mineiro de Souza, passou por uma grande transformação com a substituição do velho calçamento por um novo que embelezou todas as ruas. Em 1951, setembro, nascia a imprensa montesclarense com O Jornal de Montes Claros no estilo dos jornais da capital, inaugurando as reportagens de rua com cobertura de acontecimentos notáveis. Logo em seguida vieram os servi8ços de telefonia interurbana em 1956 e instalação do Batalhão de Policia Militar e com ele os guardas de transito disciplinando o trafego de veículos. As ruas eram de transito tranqüilo para carro ou pedestre, enquanto a alimentação era garantida pelos produtos adquiridos no mercado municipal ou nos armazéns disponíveis que eram bem sortidos. Grandes lojas de tecidos como a Ramos e eletrodomésticos como a de Waldyr Macedo; restaurantes, bares movimentados como o de Zé Periquitinho; cinema para diversão da meninada eram três. Á tarde o “footing” na antiga Rua Quinze. Industria, tínhamos a fabrica de Tecidos e o óleo mariflor. Morar em Montes Claros era status Por que piorou, chegando ao que está hoje? Ao que tudo indica, falta de planejamento, administrações sem visão das necessidades do futuro. Não digo falta de interesse, mas, ausência da visão de futuro que permitiu o crescimento da população sem qualquer condição para suportá-lo. As ruas, pelo que a imprensa noticia, em nada mudaram, pelo menos no centro. Continuam as mesmas de 100 anos passados, que mal comportam uma pista de rolamento. A cidade cresceu horizontalmente, ou melhor, estendeu-se por uma grande área, ao que parece, sem nenhum planejamento. É o que ocasiona tantos problemas de trafego, principalmente no centro. Concordamos e ratificamos o que diz Itamar: “Acordando para isto, pressionada por muitos, ou por todos, é possível à cidade corrigir os desatinos tão repetidos, tão longamente reprisados. Todo esforço deve ser despendido em recuperar a perdida qualidade de vida. Pensem nisto. Perdemos até a liderança no setor agropastoril. Já não temos o viço industrial de outros tempos. Ficamos bem apenas no setor de serviços. Ainda é tempo.” (José Prates, 81 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros de 1945 a 1958 quando foi removido para o Rio de Janeiro onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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