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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Congestionamento de Natal Waldyr Senna Batista O que se viu no centro da cidade nos últimos dias não serve de base para a avaliação do trânsito. Mas trata-se de antevisão do que está reservado a Montes Claros em futuro não muito distante, se não forem adotadas medidas extremas para desafogar o sistema. Nessa quadra do Natal, parece que todos os proprietários de veículos tiraram os carros das garagens e partiram para as compras. Foi um Deus nos acuda: pátios de shoppings abarrotados, estacionamentos privativos lotados, vagas nas ruas ocupadas em cem por cento até em locais proibidos e pistas de circulação totalmente tomadas. Foi o que se costuma chamar de loucura total, agravada pelo isolamento do miolo do centro nervoso com o propósito de facilitar a vida dos pedestres, não se sabendo se esse objetivo foi de fato alcançado. Os motoristas, não encontrando espaços, obrigaram-se a largar os veículos longe das lojas. Ao final, entre topadas e empurrões, salvaram-se todos, e o Natal produziu seus efeitos mercadológicos. Os proprietários de lojas não tiveram do que se queixar. Mas ficou comprovado que o problema do trânsito na cidade só tem se agravado. Para amenizar os transtornos, amplificados pelo lufa-lufa natalino, medidas paliativas como essa de isolamento da área central de pouco adiantam. Assim como a nada leva a implantação de obstáculos de cimento dividindo pistas de rolamento por natureza estreitas, como se tem visto em alguns pontos. Isso só aumentam os transtornos. E novas experiências vêm sendo anunciadas pela prefeitura. Uma delas, a transformação da rua Cel. Joaquim Costa e da avenida Cel. Prates em corredores, nos quais seria concentrado o tráfego de auto-lotações. Na primeira, seria feita desapropriação de imóveis para completar o alargamento iniciado há precisos cinquenta anos, medida que, nem se efetivada de imediato, teria o efeito miraculoso de proporcionar maior fluidez ao trânsito. São mexidas experimentais iguais a tantas outras adotadas no passado, remoto e recente, que têm tido como efeito apenas transferir o congestionamento crônico de um ponto para outro, sem produzir o alívio almejado. Não parece ser coisa de especialista, mas de curioso como tantos que se revezam no mister de mudar mão de direção de algumas ruas e de instalar semáforos a cada esquina para ver no que vai dar. Até agora, têm dado em mais complicações. Essas medidas pontuais não parecem compor plano global, se é que já existe algum. Não seria, por exemplo, parte do projeto que há quase um ano a prefeitura encomendou para reformulação do sistema de trânsito da cidade. Se é, não devia estar sendo anunciado em fatias, sem que se tenha visão geral do que está sendo preconizado por técnicos tidos como os melhores do Brasil. Deles se espera intervenção em profundidade, e não intervenções paliativas, que apenas disfarçam e empurram o problema em marcha à ré. Um ano já se passou, e as festas de Natal mostraram que o problema se agravou. Que a visão antecipada da catástrofe anunciada tenha servido ao menos para mostrar a necessidade de apressar as propostas definitivas para a solução do problema. Apesar de tudo, Feliz Natal ! (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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