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Mensagem: ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS Nesta época do ano, dá-nos uma saudade muito grande de coisas do passado e principalmente coisas da nossa infancia. Assim, tem vindo a minha lembrança cenas e acontecimentos e mesmo paisagens que se fixaram na minha retina e no meu cérebro para sempre. A lembrança da rua Pe.Teixeira, então, é uma constante. Era uma rua curta, pouco movimentada, mas com muita solidarie-dade. Lembro-me da esquina com a atual av.João XXIII, ali os tropeiros com a tropa, acampavam ee era um local bem animado. Os dois irmãos - gemeos - meninos e tropeiros, juntos ao pai. Um tocava cavaquinho e o outro, me disse, não sabia tocar, somente afinava o instrumento. Convidavam os outros meninos como eu para almoçar, uma comida perfumada, feita numa trempe. Não havia miséria.Aquela comida sim, se chamava feijão tropeiro. Um dia houve a inauguração da praça de Esportes. O pai da Plim que era aviador, fez uma série de piruetas no seu téco-téco e nos deixou aterrorizados. Também o dia em que o transformador da outra esquina pegou fogo. Houve uma gritaria e pensou-se no fim do mundo. Aí, chegou um eletricista com uma vara comprida, desligou o sistema. Ficou famoso como um herói. Havia a pequena rua que recebeu o nome do cabo Santana, recém falecido em combate nos campos da Itália. Este sim, um herói. Do outro lado, avistava-se a ponte sobre o rio Vieira que não era caudaloso, mas que durante as chuvas impunha respeito. Mais ao longe o prédio do Orfanato. Como era longe...Depois, aqueles montes com uma mata cerrada, tudo verde e muito alto. Eram os montes que davam nome a Montes Claros. Hoje, está tudo muito perto e não existem mais aqueles componentes que guardo no coração e na minha mente. Tenho lido notícias de Montes Claros e preciso ir urgentemente lá. Antes que destruam os montes claros e a cidade fique sem nome. E eu sem as minhas lembranças.

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