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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 1 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Um pedaço de Minas Manoel Hygino - Jornal ´Hoje em Dia´ A despeito do movimento do comércio do crescimento das vendas, incrementadas pelo Governo, porque é conveniente consumir, não se pensará que estamos no melhor dos mundos, não se julgará o índice de satisfação dos brasileiros, unicamente pelo movimento nas lojas e pelo inusitada aquisição de automóveis. Consumir é tão bom! É como falar mal do Governo, como ironizava o governador Milton Campos, e relatado pelo escritor José Bento Teixeira de Salles, em livro memorável. No primeiro caso, pagar mesmo é que se faz difícil. Ainda somos um povo pobre, até porque não sabe estabelecer prioridades na hora da compra. Depois, reclama. Mas a pobreza ainda existe, como a miséria explícita nas ruas asfaltadas das grandes cidades ou nas sem calçamento do interior. Diagnóstico dos pesquisadores Cléber Carvalho de Castro e Joel Yutaka Sugare, da Universidade Federal de Lavras, aponta a existência no Norte de Minas e nos vales do Jequitinhonha e Mucuri de uma cultura da pobreza, ´de se mostrar como pobre e carente, para receber mais ajuda do Governo, o que espantaria investidores e esconderia potencialidades e riquezas locais´. Vê-se pobreza e miséria nessas regiões, o que não significa que sejam pobres e miseráveis. Os horizontes, são imensos e servirão a muitas gerações. Ideia semelhante faz Patrus Ananias de Souza, ex-prefeito de Belo Horizonte, deputado Federal, ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. ´Conheço bem o Norte de Minas, onde nasci e fui criado. Região empobrecida, bastante sofrida. Mas, definitivamente, não é uma região pobre, pois é dotada de um extraordinário potencial de desenvolvimento, considerando uma concepção mais alargada, que inclua, além da dimensão econômica, a social, a ambiental e a cultural. A região vem sendo objeto de um legítimo e necessário esforço de preservação ambiental, mas que tem recebido críticas de pessoas e setores porque não estariam conseguindo desenvolver suas atividades produtivas´. Falta ainda muito para chegar ao ápice de aproveitamento de sua riqueza. Situa-se nos antigos currais, que tanta importância exerceram durante a colonização e a conquista da terra. A agropecuária é sua principal característica. Daí Patrus, nascido em Bocaiúva, afirmar com conhecimento de causa: ´É forte o potencial de gado de corte, com frigoríficos importantes implantados. Mais recentemente, está-se desenvolvendo também a pecuária leiteira. Ao mesmo tempo, o Norte de Minas tem explorado outras potencialidades agrícolas, como fruticultura, avicultura, suinocultura e piscicultura, podendo se desdobrar em outras oportunidades. Algumas regiões do Norte de Minas têm ótimas condições para desenvolver o café e a soja. Junto com as tradicionais plantações da região, como milho, mandioca e feijão, enriquecem as possibilidades de exploração da indústria alimentícia´. Podem o Norte, o Mucuri e o Jequitinhonha oferecer ainda muito mais, em qualidade, diversidade e quantidade e contribuir para satisfazer as demandas dos grandes centros do país e, mesmo, para exportação. Havia o tabu das condições difíceis do solo e clima. Não é tanto. Se dá leite, pode também produzir café, o feijão e a soja, até há pouco quase desconhecida. Hoje, faz parte de muitos pratos como oleaginosa. Não se acreditava em uva por ali. Desde pouco tempo, já se adquirem preciosas frutas, cultivadas nas margens dos rio das Velhas e São Francisco, onde as duas correntes se encontram, produto utilizado também para exportação. Vê-se que agronegócio é pujante e antigo. A participação da agricultura familiar é significativa, ´e uma presença igualmente forte dos fazendeiros médios, que formam o que podemos chamar de uma classe média do campo´, como a classificou o ministro. Com ele, dividimos a opinião de que a vocação de desenvolvimento daquelas regiões pode contribuir para erradicar a fome no Brasil e, por isso, ´tem de preservar suas riquezas para continuar cumprindo seu potencial´.

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