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Mensagem: A mensagem 57737, do Ponciano Netto, me fez lembrar ´da rua de Baixo, como era chamada carinhosamente por todos. Tinha nome formal de Joaquim Nabuco. Mas nigupem a tratava assim e sim de Rua de Baixo. Ficava de fato, abaixo do nível da Praça da Matriz e era ( naquele tempo...) a única rua antes do Rio Vieira, antes caudaloso (e hoje um esgotozinho safadinho de fedorento...). Mas era pela rua de Baixo que passavam. Animais e cavaleiros garbosos que saiam a passeear depois de dar um trato mjuito especial a seus cavalos. Os cavalos de fato pareciam refletir a personalidade dos donos. Dois destes cavaleiros cahamavam a atenção: seu Virgilio, marido da Dona Lulu e dono da chácara perto da corrente, nome que à época era dado ao Posto Fiscal; e Alvaro Tolentino, tio da minha primeira professora, Dalva Tolentino, lá no Colégio Imaculada. Cada um, a seu jeito, mostrava como gostavam das suas montarias. Seu Virgilio, preto alto e forte, pai de um mundo de gente, passava toda manhã de sábado com seu cavalão preo, penso que de nome Azulão. Portava arreios de couro e metal niquelado, com detalhes dos estribos de prata. Era uma belezura de se ver. Toda a rua corria às janelas quando ele passava, pois a meninada, ao vê-lo corria fazendo a maior algazarra ao pedir-lhe mangas, furta que na sua chácara dava como a boa e fata água do Córrego Pai João, que passava ali mesmo, no meio da sua propriedade. E eke ali, todo bonito, no seu terno escuro e chapelão de couro, todo preto. Parecia até um mariachi. Era uma visão inesquecíve. O outro, Alvaro Tolentino, louro de tez muito clara (alguns chamavam ele de ´branco´, montava um cavalão melado. Tanto ekle como o cavalo portava arreios e indumentária que mais pareciam ter saído de um dos filmes do Roy Rogers que nos assistiamos no domingo de manhã lá no Cine Montes Claros. Ele passava à tarde em trote elegante e seguia em direção à Praça da Matriz. Lá, no meio da Praça e em frente à Igreja, havia um largo sem calçamento. Ele ali apiava e ficava em pé, junto às árvores, segurando os arreios, enquanto olhava as mocinhas passeando no ´footing´ de fim de tarde/inicio de noite. Sempre que solicitado por alguma moçoila mais afoita, montava no cavalo, dava um trote rápido em volta do largo. Vinha a toda e estano a montaria, com a maior ponta, puxava os arreios e empinava o cavalo, ao mesmo tempo que tirava o chapeu com a mão direita e gritava, como o artista, ´Aiô, Silver´. Para nós meninos ele parecia mais um deus montado à cavalo.´ (parte de meu segundo livro, ´Causos, Contos e outras histórias´. Ed. Comunicação - BH no prelo)
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