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Mensagem: MONTESCLAREADAS VI (Leia na minha pasta de colunista deste site a crônica intitulada “I Almoço Curraleiro de BH)” e JAZZ.) O emérito guarda costas modelo anos 50 e homem de sociedade, Zé Paraíso, notívago de primeira água, companheiro de copo e de cruz, rodava com amigos diletantes pela noite carregando no coldre um inseparável Schmit and Wesson 38, sempre lubrificado e, por baixo do paletó uma tira de lingüiça fina servindo de currião. Sapecava os pedaços da iguaria com cachaça queimada e degustava-a como tira-gosto. Já o saudoso médico e folclorista Walmor de Paula, na mesa do bar Cristal bebia gim tônica, abotoava e desabotoava a pulseira do relógio Tissot, colocando o mostrador para baixo. Fazia palavras cruzadas enquanto solfejava Noel Rosa... ”seu garçom, faça o favor de me trazer depressa/uma boa média que não seja requentada...” Juninho, o homem espoleta, em 1964 sorvia doses de cachaça Dominante com Jurubeba Leão do Norte no Destak Bar. Afetado pela mosca do amor fez um disparo de treisoitão no próprio ouvido, transfixiando-o. O projétil, em sua trajetória acertou ainda uma radiola RCA VICTOR que na hora tocava um bolachão de acetato com Nelson Gonçalves cantando... “Violão eu estou muito triste/sem amor sem carinho/solitário na dor...” O cirurgião Crisantino Borém o operou no Hospital Santa Terezinha deixando tudo como dantes! O pintor de faixas e conquistador de cozinheiras de bar Sales Preto, bebia uísque “cowboy”, escutava “Devaneios” cantado por Júlio Yglésias e quando o bico estava melado só falava em inglês... Onofre Carne Preta, pai de Fernandinho Boca de Louvor e ex meio de campo do Flamengo, tomava fubúia desdobrada, penteava o cabelo molhado, discutia com os postes de iluminação e ao ver um “de cujus” no caixão dizia: “não falei malandro, que você ia primeiro do que eu!”. O mestre de obras Adail quando saia para farrear só trajava linho S120 branco. Tomava banho de perfume Mistral e passava a noite batendo as cordas do seu pinho e cantando músicas de serestas. O fazendeiro Biô Maia colocava uma caixa de fósforos atrás da lente esquerda dos óculos. Impedia, com isso, que os raios solares da manhã ofuscassem a sua visão. Passava o expediente do dia sentado em uma mesma mesa do Bar Sibéria. Ao lado da geladeira com os picolés de água com groselha e com o braço direito amparado na janela. O espaldar da cadeira lhe servia de “bureau”. Pelo vão, atendia e despachava os negócios da sua fazenda, determinava o manejo do gado, acertava expedientes financeiros e tratava até das incursões noturnas nos bares e lupanares com amigos diletantes e companheiros de copo e de cruz. Na mesa ao lado, bebia o notável fazendeiro Afonso Salgado e vez por outra o seu cavalo de estimação e escudeiro que o aguardava do lado de fora, passava a cabeça para dentro do bar para se certificar que estava tudo Ok com o seu patrão... Nós somos da roça, mas somos chiques!
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