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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 31 de outubro de 2024
 

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Mensagem: Tráfico é 2ª causa de mortes em Moc, diz estudo - Girleno Alencar - Pesquisa realizada em Montes Claros contesta a versão de que os homicídios, no município, têm como principal causa o tráfico de drogas. O levantamento foi feito pelo capitão PM Ederson da Cruz Pereira, sociólogo com mestrado em Desenvolvimento Social pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Ele pesquisou os assassinatos ocorridos entre 2005 e 2008. Dos 289 homicídios pesquisados nos quatro anos, 79 não foram esclarecidos (27,3%) e 68 tiveram motivos fúteis (23,53%), somando 147 casos (50,8%). O tráfico respondeu por 53 ocorrências (18,3%). De acordo com o levantamento, no período, houve também 45 mortes por vingança (15,57%); 20 por problemas econômicos (6,92%); 18 por motivos passionais (6,23%); e seis em confronto com a polícia (2,08%). A pesquisa teve como fonte o 10º Batalhão da Polícia Militar e a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Pessoa de Montes Claros. “Embora, o tráfico de drogas exerça uma influência nos crimes de homicídios no município, constatou-se que, diferentemente do que muitos afirmam, a análise dos dados disponíveis, realizada por meio da pesquisa documental, não nos permite afirmar que essa seja a principal motivação dos assassinatos em Montes Claros, pois sua representação é de 18,34%”, afirmou o capitão. De acordo com Ederson Cruz, nos casos pesquisados por ele, a vingança e os motivos econômicos não têm relação com o tráfico de drogas. O capitão alega que sua pesquisa procurou examinar as motivações para os assassinatos, tendo como eixo de estudo a concentração espacial dos crimes, as características e particularidades das vítimas, as motivações e o fluxo do sistema de Justiça Criminal. “Há uma percepção quase que generalizada, na cidade, de que o elevado número de homicídios está relacionado diretamente com o tráfico de drogas, que seria sua principal causa”, diz Ederson Cruz. Segundo ele, a pesquisa apontou que “há outras variáveis na explicação do fenômeno, como motivos fúteis, econômicos e passionais, além de vingança, por exemplo”. De acordo com o oficial, na pesquisa ficou evidenciado que, juntamente com o crescimento da cidade, houve aumento dos índices de crimes violentos, que incluem os homicídios. A taxa em 2005 foi de 18,68 homicídios por 100 mil habitantes; em 2006, de 16,05; em 2007, de 21,85; e em 2008, de 25,68 homicídios por 100 mil habitantes. “Ficou evidenciada também a ineficiência das instituições policiais no enfrentamento da questão da criminalidade, sendo necessário um maior envolvimento dos órgãos que compõem o Sistema de Defesa Social”, afirma Ederson Cruz. “O poder público municipal constitui importante instrumento para a segurança pública, podendo inserir a Guarda Municipal na lógica de integração do Sistema de Defesa Social, criando uma câmera de gestão integrada e promovendo uma maior municipalização da segurança pública”, defende o capitão.

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