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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 31 de outubro de 2024
 

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Mensagem: Os grandes eleitores Waldyr Senna Batista Os números da eleição municipal de dois anos atrás, em Montes Claros, deverão influir fortemente nos resultados da disputa que se avizinha, pelo menos no tocante à Assembleia Legislativa. O prefeito Luiz Tadeu Leite(83.550 votos), o ex-prefeito Athos Avelino(58.087) e o deputado Rui Muniz ( 35.279) serão os três grandes eleitores. Mas há outros. O atual prefeito, que se elegeu no segundo turno com 96.374 votos, não disputa, mas exercerá papel relevante, dependendo de sua capacidade de transferir prestígio. O ex-prefeito, se conseguir o registro para participar do pleito, poderá eleger-se sem precisar de votos de outros municípios (coligado com Rui Muniz, os dois obtiveram 86.920 votos no segundo turno). Ele perdeu os direitos políticos por decisão do TRE, recorreu ao TSE e poderá concorrer em duas hipóteses: se for absolvido ou se o tribunal não julgar o processo antes de julho, o que é mais provável, mas, se eleito, poderá vir a perder o mandato dependendo do que vier a decidir o TSE. Quanto ao deputado, seu eleitorado de mais de 35 mil votos ( 1º turno ) estará disponível e, certamente, já está servindo como moeda de troca na montagem do seu esquema com vistas à Câmara dos Deputados. Somados os votos dos três no segundo turno da eleição municipal, são 183.294, num pleito que teve o comparecimento de 190 mil eleitores. Se forem acrescentadas as novas inscrições, em outubro próximo serão mais de 200 mil votantes. Mas nada garante que o resultado a ser colhido guardará semelhança com o que se apurou nas urnas do pleito anterior, de prefeito. Primeiro, porque o cenário é bastante diferente, com número excessivo de concorrentes. Depois, há que se considerar que fidelidade não é a característica do eleitor brasileiro. Foi-se o tempo em que as pessoas votavam cegamente, obedecendo ordens dos chefes políticos. Inexiste o voto de cabresto e os “mandiocais” tornaram-se figura de folclore. Contudo, há eleitor que ainda se posiciona de forma coerente, por convicção, uma espécie que também tende a rarear graças aos meios de comunicação a que todas as pessoas têm acesso. Existem também peculiaridades às vezes até contraditórias. Exemplo: o atual prefeito, nesta altura do mandato conquistado com 96 mil votos, dificilmente repetiria a performance. Seu desgaste só não tem sido maior porque o time de vôlei que a Prefeitura patrocina foi bem na Superliga. E ele tem ainda 33 meses de mandato para se recuperar. Seu antecessor, que não conseguiu reeleger-se, poderia ter melhor sorte se a disputa fosse agora. Um, desgastou-se devido ao exercício do poder; o outro, recupera-se porque afastou-se do poder. Vá alguém querer entender cabeça de eleitor. Envolvendo-se na campanha lançando candidatos, como tem sido alardeado, o prefeito Luiz Tadeu Leite põe em jogo seu prestígio e corre risco calculado. Principalmente porque aos candidatos que seriam de sua preferência faltam requisitos essenciais: um, é neófito; o outro, não é neófito... Há ainda a considerar a influência que exercem no eleitorado local campeões de votos já testados: Gil Pereira, deputado estadual ( 26.268 votos na cidade na última eleição), e Jairo Ataíde ( 27.345 votos) e Humberto Souto ( 26.214 votos), deputados federais, todos com luz própria. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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