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Mensagem: NOITES DO SERTÃO Meu querido amigo Carlos Alberto Prates Correia submeteu-se, no Rio de Janeiro, a uma delicada cirurgia. Cláudio Athayde, seu primo, ligou, dizendo que, felizmente, tudo correra bem e que ele está animado. Pensei no que ele, na sua virtuosa humildade, representa para todos nós e nossa cultura. No que ele representa para o cinema brasileiro. Pensei no amigo carinhoso e sincero de sempre. Aqui vai, dedicado a ele, um canto sertanejo: Acaso há, neste mundão de Deus, coisa mais linda do que as noites do sertão? Elas falam com a gente. E não só falam. Filosofam com a gente. É nelas que captamos a vida. O ruflar do vento nos mostra essências. O farfalhar das folhagens é fundo zezinhomusical perene do caminhar em busca de decifração de mistérios. O cheiro da mata é irresistível convite arrozpequizense ao indevassável. O murmúrio das águas é chamado jucapratista a beirarmos infinitos, representados pelo brilho das estrelas e pela grandeza do firmamento. Sempre retornaremos antoniorodriguesmente às nossas noites do sertão, muito nossas e do povo de nossa aldeia. Diferente, em tudo, das noites das metrópoles. O sertão é que é a metrópole de nossas vidas. É nele que tudo foi aprendido, sabido e ressabido. Realidade juntinha do pensamento. Sem passado e futuro. Eta travessia mais desmilinguida! Mas é boa! É cheirosa! Tão gostosa que vale a pena!
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