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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 30 de outubro de 2024
 

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Mensagem: Peru Mais Caro e Famoso do Sertão Para Reinaldo Oliveira, Reinaldinho ALBERTO SENA Desde criança se ouve dizer o ditado: ‘vinho, azeite e amigo, o mais antigo’. Reinaldo Oliveira, o Reinaldinho, é desses amigos antigos, formados na seara da adolescência, início da fase adulta, uma das personagens de uma ida à Lapa Grande, em incursão que sempre fazíamos quando aí em Montes Claros éramos felizes e tínhamos certeza. Gente é como um lago cuja água tremula aos beijos do vento. Mas se alguém toca a lâmina d’àgua, ondas vão e ondas vêm. Tanto tempo depois, ao ler a aventura ao ventre da Mãe Terra, Reinaldinho reapareceu trazendo na mochila a pérola abaixo. Divido-a com cada um dos leitores, que, espero se multipliquem setenta vezes sete. É ele quem conta: “Não sei bem se foi neste mesmo dia, mas a turma era parecida, inclusive, Marlúcio ´Brasa Mora´, Chiquinho e Rubim. Mas tinha também Reinaldo Gordo. Lembra dele? “As tochas eram filtros de óleo antigos que pegamos em algum posto sem saber o perigo que corríamos com a queima do oxigênio principalmente nas passagens estreitas. “No caso de Chiquinho, o mais engraçado foi uma passagem em que ele escorregou e ficou pendurado numa pedra gritando por socorro, balançando as pernas. Na sequência, eu e Rubim fomos escalados para tirá-lo do buraco, e quando o alcançamos, os pés dele estavam a menos de cinco centímetros do chão. “Resolvemos voltar e falamos ao Chico, àquela altura em agonia: ´seu caso não tem jeito´! Foi quando Reinaldo Gordo mandou Chico soltar as mãos, e para alivio dele, estava muitos quilômetros distante de um precipício. “O mais interessante dessa incursão à Lapa Grande foi que deixamos nossas mochilas na entrada com uma molecada. Quando saímos, a fome era grande e a surpresa maior: a molecada tinha sumido com nossa comida. “Chiquinho lamentava a marmita saborosa feita por ´Dona Di´ com muita recomendação. A fome era geral, não sobrou nada. Ou melhor, Tone “Saquim” foi o único a esconder a comida e teve, por livre e espontânea pressão, que repartir com a turma. “O melhor, no entanto, aconteceu na volta para a cidade. ´Brasa Mora´ arrancou uma cana num canavial próximo. Ele caminhava e chupava a cana quando, useiro e vezeiro nas brincadeiras, soltou um assobio com os dedos na boca e foi prontamente correspondido por um distraído peru. O restante se pode imaginar, mas vou contar: a cana foi usada no alto do pericrânio do peru, que saiu doidão, trocando as pernas. “Imediatamente apareceu a dona do peru e a bagunça se formou. Ela ameaçava ir à polícia. Foi um deus-nos-acuda. Para solucionar o problema, Reinaldo Gordo com toda sapiência, se prontificou pagar o peru. Diga-se de passagem, o bicho ficou doidão, mas vivo. “Reinaldo disse à sitiante que trabalhava na Caixa Econômica Federal e se chamava “Arcanjo”. Ele, “Arcanjo”, pagaria o peru, era só passar lá na Caixa segunda-feira. Claro, Reinaldo Gordo pensou que a mulher ia esquecer o caso e tudo estaria resolvido. “Só que na segunda-feira a mulher foi à Caixa. Pediu para falar com Arcanjo (ele nada sabia) e foi prontamente atendida. Ela foi dizendo logo: ´vim receber o dinheiro do meu peru que vocês mataram´. “Arcanjo não entendeu nada e perguntou: “quê peru, dona”? E prosseguiu: “não sei nada de peru; não comprei nem matei peru nenhum”. “Nesse meio tempo, Reinaldo Gordo ao vir a confusão armada, entrou no banheiro e ficou de lá observando. Como não houve acordo com Arcanjo, a mulher ameaçava fazer escândalo. Foi preciso chamar o gerente, Chico Pires. “Ele veio e a sitiante explicou: “Arcanjo e sua turma comeram o meu peru de estimação”. Chico Pires quis saber direito sobre o ocorrido e interrogou a sitiante, buscando mais detalhes. “Foi quando ela observou: “Arcanjo tava mais cheinho no sábado”. Reinaldo Gordo não teve como escapar: saiu do banheiro e pagou o peru. Como castigo, ele ficou dois anos tentando receber da turma o dinheiro de volta. “Esta é a história do peru mais caro e mais famoso do Norte de Minas”.

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