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Mensagem: Um esplêndido museu Manoel Hygino - Jornal ´Hoje em Dia´ Dois ilustres cidadãos, que se dedicam, vitoriosamente, às letras, ao magistério, à pesquisa histórica, à área jurídica e às artes aparecem em foto de Girleno Alencar, chefe da sucursal de Montes Claros, em edição de 6 de junho do HOJE EM DIA. Dário Teixeira Cotrim, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, e Petrônio Braz, presidente da Academia de Ciências, Letras e Artes do São Francisco, Aclesia, apresentavam bens doados ao Instituto. Bens valiosos, bom que se diga. É que o acervo valioso do engenheiro, pesquisador, prefeito Simeão Ribeiro Pires fora doado pela viúva ao IHGMC. Ora, é muito sério e merece registro, porque Terezinha Gomes Pires adorava aquelas peças, entre as quais um canhão de guerra usado na Sabinada. Para se medir a importância do bem material e histórico, seria conveniente identificar quem construiu esse acervo. Simeão foi o único intelectual do Norte de Minas a levantar os arcanos da região, e não o fez quietinho, sentado em uma sala de estudos. Era desse feitio. Diante de perquirições e dúvidas, hasteou velas e partiu para Portugal, em cuja célebre Torre do Tombo localizou vias para uma cova história de Minas Gerais. Além do canhão e outro bens, há mais de 4 mil publicações, obras raríssimas, entre as quais o ´Atlas e Relatório da Exploração do Rio São Francisco´, de 1852 a 1854, elaborado pelo engenheiro Henrique Guilherme Fernando Halfeld, por determinação de Pedro II, e cujos feitos e genealogida foram minuciosamente levantados e contados por Pedro Nava. Simeão Ribeiro Pires legou a seu tempo e aos vindouros uma obra notável, como ´Raízes de Minas´ e ´Serra Geral´, que mudou a história de Minas, como julgaram Alberto Deodato e João Camillo de Oliveira Torres, e outro conceituados autores, e ´O Padre e a Bala de Ouro´, que relata, sempre objetivando a exatidão, a busca da melhor de um fato inserido na crônica regional. Em livro que ainda será lançado, Haroldo Lívio afirma que ´a paixão pela pesquisa histórica havia se apoderado do antigo engenheiro civil, que, depois de estrondosa estreia em livro, redirecionou sua atividade intelectual. Em face, ainda, de seus afastamento da vida pública, após ser o prefeito e vereador, passou a falar menos e a escrever mais. Daí em diante, a reputação do tribuno foi cedendo passo ao renome de historiador da primeira água´. Esse patrimônio terá de ser obrigatoriamente preservado. Não fazê-lo é crime. A propósito, é indispensável que se proteja esse legado, porque, se perdido, jamais será recuperado. Percebe-se que há um certo interesse no Brasil por esses bens. Há o acervo do historiador Brasiliano Braz, que resgata a história do rio e da cidade de São Francisco, na sua margem direita. Pela grande corrente tem circulado, durante séculos, riqueza de Minas e ponderável parcela da economia nacional. Tantas vezes desdenhado e menosprezado, o rio definhou, mas ainda é um potencial de riqueza e de integração nacional, que não merece ser lembrado unicamente como fonte de votos e nas catástrofes. Sonho. Imagino se, somado o acervo esplêndido de Simeão Ribeiro Pires, ao de Brasiliano Braz, o primeiro historiador sãofranciscano, e, ainda, o de João Botelho, e de tantos outros cidadãos laboriosos de uma região de notáveis valores humanos, poder-se-ia criar se um complexo museológico de todo o norte-mineiro, para o que não falta material riquíssimo. Pena que se tenha demolido o velho Mercado Municipal, cujas brasas de saudade estão acessas, nem que prosperasse a ideia de quem tem visão do futuro, como Wanderlino Arruda, que vislumbrou sua reconstrução. Não é obra de soberbia, nem de custos fabulosos. Não custa sonhar, como disse neste princípio de conversa. É de sonho que nascem os grandes empreendimentos.
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