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Mensagem: Vítimas de Madoff mineiro podem perder 75% do dinheiro aplicado - Sandra Kiefer - A Polícia Federal vai investigar crime contra o sistema financeiro por parte de Thales Maioline, o dono da Firv Investimentos que desapareceu com R$ 50 milhões de 2 mil aplicadores, de seus sócios – e também de investidores. Eles podem ser acusados de crime de sonegação fiscal, por terem omitido total ou parcialmente rendimentos ou operações financeiras na declaração do Imposto de Renda. Neste caso, podem ser obrigadas também a pagar multa de 75% sobre o valor sonegado. “O valor mais alto já reclamado foi o de um investidor com saldo de R$ 2 milhões na Firv, mas que tinha investido efetivamente R$ 650 mil. O restante era só papel, não havia dinheiro em espécie”, revelou nessa segunda-feira o delegado Island Batista, chefe da Delegacia de Combate às Falsificações e Defraudações de Belo Horizonte, da Polícia Civil. Ele alerta ser necessário fazer um trabalho social de alertar investidores interessados no disparate de obter lucro de 5% ao mês, enquanto a caderneta de poupança rende apenas 0,5% no mesmo período. “Ou são pessoas que acreditam em Papai Noel ou que imaginavam que futuramente poderiam ter resultado negativo”, completa.Nessa segunda-feira, a Justiça de Minas Gerais negou o pedido de prisão preventiva feito pela delegacia, que renderia 30 dias de cadeia ao ex-investidor. A polícia recebeu somente o mandado de prisão temporária, que daria a Thales cinco dias de detenção. “Dificilmente hoje é concedida a preventiva em fase de inquérito, apenas em casos de crime hediondo”, explicou Batista. Em Taoibeiras, Norte de Minas, os moradores lamentam o sumiço do empresário: ele havia comprado um terreno na cidade por R$ 500 mil, pagos à vista, para erguer uma pousada –gerando expectativa de empregos na cidade. Segundo o delegado, desde ontem Maioline é considerado foragido e já foi expedido o bloqueio das contas bancárias e dos bens do empresário e de seus sócios. Um dos carros importados de Maioline – uma picape Nissan Frontier azul, que custa a partir de R$ 80 mil –, encontra-se apreendido na sede do departamento, em Belo Horizonte. De acordo com o delegado, a polícia já fez buscas no último final de semana em algumas das 14 cidades mineiras onde o empresário aplicou o golpe e que, agora, as investigações vão se concentrar em São Paulo. A foto e a cópia do inquérito sobre Maioline foram encaminhados à Delegacia de Polícia Interestadual de São Paulo (Polinter), o que permitirá que as polícias de todos os estados do país sejam alertadas sobre ele. “Se ele for detido em uma blitz em Rondônia, nós vamos ficar sabendo”, detalhou o delegado Anselmo Gusmão, encarregado das investigações. Até agora, a Polícia Civil já colheu depoimentos de cerca de 150 vítimas do golpe, em delegacias da capital e do interior. Segundo Batista, falta ouvir boa parte das vítimas, que ainda não se apresentaram espontaneamente, seja por vergonha de sido enganadas ou por não terem declarado o valor do investimento no Imposto de Renda. Com o mandado em mãos, a Polícia Civil já determinou a busca e apreensão dos computadores na casa de Thales e na sede da empresa, com objetivo de fechar a lista completa de investidores, com nome e valores identificados.
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