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Mensagem: Ministério Público fecha frigoríficos em Montes Claros - Operação ocasiona falta de carne no mercado consumidor local - Luiz Ribeiro - Em operação comandada pelo Ministério Público Estadual (MPE), com o apoio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), foram suspensas as atividades dos frigoríficos Maísa (abate de suínos) e ´Boi em Pé´ (de bovinos), em Montes Claros (Norte de Minas), por descumprimento às normas sanitárias. Por causa da operação, chegou a faltar carne de porco no mercado consumidor local, tendo em vista que o Maísa é o único frigorífico do município (362 mil habitantes) dedicado ao abate de suínos. As duas empresas alegam que estão se adequando as normas e deverão recomeçar o abate nos próximos dias. De acordo com o promotor Paulo Vinicius de Magalhães Cabreira, da Comarca de Montes Claros, em 2005, por intermédio da Curadoria de Defesa do Consumidor, foi aberto um inquérito civil público contra as duas empresas, pelo descumprimento às ´normas sanitárias de padrão frigorífico´. Após serem autuadas, informou Cabreira, os dois frigoríficos assinaram um Termo de Ajustamento de Condutas (TAC), se comprometendo a atender as exigências.No entanto, relata o representante do MPE, em março deste ano, o IMA fez uma inspeção nas duas firmas e constatou que elas continuavam em situação irregular. Desta forma, o Programa de Defesa do Consumidor (Procon) abriu outro procedimento e determinou que os dois frigoríficos fossem fechados até o cumprimento das normas sanitárias.O frigorífico é uma empresa tradicional em Montes Claros. Fundado falecido produtor rural José Avelino, a empresa existe desde 1963 e tem uma capacidade para abater 100 suinos por dia, gerando cerca de 100 empregos diretos. Conforme o promotor Paulo Vicinius Cabreira, Maísa, foram listados cerca de 20 itens na relação de exigências não cumpridas pelo frigorífico. Entre elas, estão: ´piso de pocilga mal conservado´, ´não há chuveiro antes da insensibilização (preparo para o abate) de suínos´, ´falta de lavadouros para higienização de caminhões´ e ´não há uma devida separação entre a sala de matança e a área de limpeza´. Ontem à tarde, a reportagem manteve contato com um gerente do Frigorífico Maísa, que não quis aparecer, mas disse que a empresa está adotando as providências para o atendimento às determinações e que deverá reativar o abate nos próximos dias. Para tanto, terá que se submeter uma nova inspeção por parte do IMA. Ele disse que a empresa - que, atualmente, funciona no bairro Edgar Pereira, na área urbana - está com projeto pronto para a construção de uma nova sede, seguindo todas as recomendações ambientais e sanitárias. ´O nosso frigorífico é tradicional em Montes Claros e tem o reconhecimento da população pela higiene e pela qualidade dos nossos produtos´, afirmou o gerente. A lista das exigências que vinham sendo descumpridas pelo Frigorífico ´Boi em Pé´ é menor, incluindo a falta de uma ´área (curral) para seqüestro de animais doentes´. Entre outras irregularidades, foi verificado que ´o corredor de acesso para a sala de abate é muito estreito e não possui declive suficiente para escorrer a sujeira.O dono do frigorífico bovino, Jaime Oliveira, disse,ontem à tarde, que já tomou as medidas para o atendimento ás normas e que nesta terça-feira, a empresa deverá passar por uma vistoria do IMA, para reativar suas atividades. Ele disse que o Frigorífico Boi em Pé tem capacidade para o abate de 30 reses por dia e gera 40 empregos diretos e pelo menos outros 110 empregos indiretos. Informou ainda que, a partir de agora, a unidade terá uma inspeção diária por parte da Vigilância Sanitária do Município.
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