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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 30 de outubro de 2024
 

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Mensagem: Moc ameaça barrar empresa de tratamento de lixo - Amália Goulart - O prefeito de Montes Claros, Luiz Tadeu Leite (PMDB), afirmou nesta terça-feira (31) que a Serquip Tratamento de Resíduos MG Ltda. não levou lixo hospitalar da rede pública estadual para a cidade no período em que esteve sem licença ambiental para operar o incinerador em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ao contrário do que alega a própria empresa e o Estado. Ele também ameaçou cassar a licença regional da Serquip-MG, caso ela destine o material para o município, já que teve o documento cassado para operar em Santa Luzia. “Em Montes Claros, eles não queimaram lixo hospitalar”, afirmou, ao ser questionado sobre a possibilidade de a Serquip-MG ter enviado remessas à cidade, de julho de 2009 a maio deste ano, quando ficou descoberta por falta de licença na Região Metropolitana. Por meio de nota, o Governo de Minas informou que o lixo teria sido depositado em Montes Claros e Santa Luzia. A alegação é a mesma apresentada, anteriormente, pela Serquip-MG. A autorização para a instalação de um incinerador em Montes Claros foi dada em setembro de 2009, somente dois meses depois que o Tribunal de Justiça mandou fechar a unidade do bairro Camargos, na capital. Segunda-feira (30), o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) proibiu a empresa de queimar lixo na unidade localizada em Santa Luzia. O Ministério Público Estadual também investiga o destino do material tóxico nesse período de dez meses, prazo que a Serquip ficou sem licença para incineração na Grande Belo Horizonte, conforme adiantou o HOJE EM DIA. Demonstrando irritação com a hipótese ventilada pela empresa de levar o lixo hospitalar para Montes Claros, Tadeu Leite ameaçou cassar a licença ambiental concedida em setembro de 2009. “Pode vim que eu casso o alvará deles aqui. Não aceito. Aqui, eles não vão queimar lixo de outras regiões”, afirmou. O prefeito disse que, ainda ontem, chamaria o responsável técnico da Serquip no município para se precaver. “Vou chamar hoje o engenheiro e dizer que não aceito isso”, informou. Em julho deste ano, Tadeu Leite descobriu que a coletora de resíduos havia levado para a cidade 17 toneladas de lixo hospitalar do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro. O material estava armazenado irregularmente em Matias Barbosa, na Zona da Mata, próximo a Juiz de Fora. Na época, o prefeito chamou a empresa e a fez assinar um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Estadual. Ainda assinou um decreto proibindo a queima de lixo hospitalar, em Montes Claros, proveniente de municípios distantes em mais de 200 quilômetros da cidade por conta de sua natureza tóxica. Belo Horizonte está localizada a 440 quilômetros do município no Norte de Minas. Tadeu Leite informou que o episódio do Inca foi único. A Serquip foi criada em 2002 tendo cinco sócios e capital social de R$100 mil. Dos proprietários, três eram residentes em BH e dois em Recife (PE). Os sócios originais foram, em grande parte, substituídos. Na última alteração contratual da empresa, realizada em junho de 2006, consta que hoje ela é de propriedade de cinco sócios, sendo quatro residentes em Recife e um na Argentina. O argentino Osvaldo Saturnino Campillo é o acionista majoritário. Também figura como representante da empresa argentina Incol, fornecedora de incineradores para a Serquip-MG. Em uma visita técnica do Conselho Estadual de Políticas Ambientais (Copam) ao incinerador de Montes Claros, realizada em 2008, Campillo se apresentou como representante da empresa fornecedora do aparelho, não como proprietário da Serquip-MG. “A visita ao empreendimento foi realizada no dia 05/08/2008, no período de 8h30 às 11h00, pela conselheira Mônica Ladeia, tenente Thiago (Polícia Militar de Minas Gerais) e pelo biólogo da Supran (Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Norte de Minas) , Eduardo Wagner, acompanhados pelo senhor Gilson Almeida e senhor Francesco Scarfone, da Serquip e pelo engenheiro Osvaldo Campillo da Incol, fabricante do incinerador”, diz trecho do relatório de vistoria número 001, do Copam. Em 2006, quando houve alteração na composição societária da Serquip-MG, foi registrado que o capital social da empresa agora era de R$338.460. A Serquip-MG faz parte do grupo Serquip, que tem unidades em oito Estados, conforme descrito no site da empresa. Em julho deste ano, o presidente, Alexandre Luna Menelau, anunciou a venda de 70% da Serquip para a multinacional Stericycle, que tem operações nos Estados unidos, Argentina, Chile, Irlanda, Portugal, Romênia e Inglaterra. Na ocasião, Menelau disse que o faturamento da Serquip, no ano passado, foi de US$ 20 milhões. A assessoria de imprensa da Serquip-Mg foi procurada nesta terça, mas não foi encontrada.

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