Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.
Clique aqui para exibir os comentários
Os dados aqui preenchidos serão exibidos. Todos os campos são obrigatórios
Mensagem: CURRALEIRAGEM II Nos bons 1954, o Hotel São José, do figuraça Juca de Chichico, hospedava Juscelino Kubistchek, então governador do Estado. A propósito, de certa feita, em campanha para Presidente da República, por não ter cumprido antigas promessas eleitoreiras, JK foi vaiado por estudantes locais, capitaneados pelo saudoso jornalista Lazinho Pimenta. Ducho Mendes, o barbeiro/livreiro tinha o seu salão de luxo montado no interior do hotel. Seu Juca criava pássaros de todas as espécies e matizes, em um grande viveiro montado próximo à entrada lateral. Fazia a alegria dos visitantes e da garotada. Era a maior felicidade as mães nos levarem para ver de perto o viveiro e para dar risadas com as brincadeiras de seu Juca. “Oi, seu Juca!” – “Que aperta e não machuca...” Na ocasião nos contava histórias de uma viagem que fez a Israel, durante a Segunda Grande Guerra Mundial, numa época em que Israel ainda não existia, conduzindo um “tubo” contendo documentos secretos de Getúlio Vargas para serem entregues ao Serviço de Inteligência Britânica. Em outra ocasião, seu Juca notou que alguns pássaros haviam sumido de dentro do alfobre. Não encontrando a causa e estando a estrutura preservada, ficou grilado. Próximo, havia a oficina de conserto de rádios, dos técnicos Chico Ornellas e Manuel Borba. Manuel era tido como muito inteligente e esperto para descobrir as coisas. Esse último foi chamado e chegando ao local rondou o viveiro e matou a charada na hora. Apontando para o alto do criadouro disse: “Veja, compadre Juca! Lá está o motivo do sumiço dos pássaros! Um enorme gavião todo gorducho!” Juca de Chichico, vendo a mancada que dera, relatou que comprara aquela ave grandona na mão de um capiau treiteiro. O mesmo afiançara que se tratava de uma espécie exótica, inofensiva, oriunda da fauna do Amazonas, uma moda recente, entre os criadores da Capital. Como seu Juca era de boa fé, fora passado para trás. O esperto Manuel Borba era pai do nosso apreciado cronista e escritor Afonso Prates Borba e nessa ida para resolver o mistério do sumiço dos pássaros o rádio técnico levou o seu filho adolescente Marco Antônio, o Alemão, que era o galã da cidade e fazia as meninas de então suspirar e sonhar. Lá no hotel estavam hospedadas duas morenaças retratistas vindas das Alterosas e a ocasião propiciou o início de mais um grande e curraleiro romance de amor do rebento de Manuel Borba, o arrasador de corações. E aqui fica relatada e registrada para a história de nossa urbe, mais uma romanceada curraleiragem montesclarense!
Trocar letrasDigite as letras que aparecem na imagem acima