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Mensagem: A Academia Montes-clarense de Letras, que este ano completa cinquenta anos de existência e no último dia 21 de janeiro em curso empossou sua nova Diretoria regularmente eleita, foi fundada e instalada em 13 de setembro de 1966 por uma plêiade de personalidades ilustres, intelectuais iluminados, que navegavam pelas águas claras e transparentes da arte literária, entre eles Alfredo Vianna de Góes, Antônio Augusto Veloso, José Raimundo Neto, Padre Joaquim Cesário dos Santos Macedo, Geraldo Avelar, João Valle Maurício, Hermes de Paula, Maria Pires dos Santos, Orlando Ferreira Lima, Heloisa Neto Castro, Francisco José Pereira, Avay Miranda. O importante sodalício conta com quarenta membros, a exemplo da “Académie de France” e da Academia Brasileira de Letras. Os fundadores da Academia Montes-clarense de Letras, em um ato de fé, firmaram disposições iniciais vinculadas ao propósito de fixar neste Norte um espaço voltado para o intelecto. Por esta razão, preocupa-me a aculturada visão do ser humano civilizado de nossos tempos com os bens materiais, em detrimento da busca racional do conhecimento de tudo que se encontra ao seu redor. O nome Academia teve origem na escola fundada por Platão, na Grécia Clássica, que funcionava nos jardins da residência, que havia pertencido a Academus. Sabe-se, também, que ao contrário da Escola de Isócrates, onde o conhecimento se reduzia ao repassar do saber, na Escola de Platão, em presença da dialética socrática, os seus frequentadores iam ao encontro do conhecimento pelo questionamento, pela busca do esclarecimento, criando novos saberes, que geravam novas discussões. Dentro desse posicionamento, quando o Ocidente se debruçou sobre a cultura grega, teve origem na França, em 1620, a “Académie de France”, fundada por iniciativa do Cardeal Richelieu. Em 1897 é criada, no Brasil, a Academia Brasileira de Letras e, na sua esteira, inúmeras Academias foram sendo criadas pelo interior do País, nascendo, em 1909, a Academia Mineira de Letras. Sócrates, na defesa apresentada em seu julgamento, afirmou: “enquanto tiver um sopro de vida, enquanto me restar um pouco de energia, não deixarei de filosofar e de vos advertir e aconselhar, a qualquer de vós que eu encontre. Dir-vos-ei, segundo o meu costume: Meu caro amigo, és ateniense, natural de uma cidade que é a maior e a mais afamada pela sabedoria e pelo poder, e não te envergonhas de só cuidares de riquezas e dos meios de as aumentares o mais que puderes, de só pensares em glória e honras, sem a mínima preocupação com o que há em ti de racional? E, se algum de vós me replicar que com tudo isso se preocupa, não o largarei imediatamente, não irei logo embora, mas interrogá-lo-ei, analisarei e refutarei as suas opiniões e, se chegar à conclusão de que não possui a virtude, embora o afirme, censurá-lo-ei de ter em tão pouca conta as coisas mais preciosas e prezar tanto as mais desprezíveis”.
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