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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Tragédia em Petrópolis Manoel Hygino Graças à televisão, pode o Brasil – e o mundo, enfim – assistir ao espetáculo dantesco que se formou em Petrópolis, com a nova catástrofe, que acrescenta números às estatísticas diárias de óbitos. É lamentável, muito triste, doloroso. As cenas que se vê enchem de lágrimas os olhos de gente de toda a nação. Porque Petrópolis, de que Oswaldo Cruz foi prefeito, é algo guardado com carinho imenso no coração de todos os que ocupam o restante do território pátrio. Mas pelos responsáveis, e eles existem evidentemente, muitos pecados devem ser pagos, como em casos semelhantes em outros municípios, disseminados por aí. O fato foi comentado por membro da família imperial. Eis: ´Esse desastre tem culpados que todos conhecem´, diz João Henrique de Orleans e Bragança, herdeiro da família real que fundou e foi a dona de quase toda a área urbana de Petrópolis. ´São os vários prefeitos e vereadores da cidade que incentivaram a ocupação dos morros da região.´ ´Falava-se abertamente disso nos anos 1970. Os políticos traziam gente de Nova Iguaçu e Caxias, davam terrenos em áreas de risco, sem escritura nenhuma, em troca de as pessoas mudarem o domicílio eleitoral para a cidade. `Venham para Petrópolis que tem terreno para construir`, diziam na época. E até hoje é assim´. Tive o prazer de conhecer um dos descendentes da realeza luso-brasileira na Santa Casa de Belo Horizonte, que aqui veio, há poucos anos, em visita. Repetiu o que fizera em 1921, o Conde D’Eu, que deixou um registro de entusiasmo pelo trabalho da instituição. Mas João Henrique de Orleans e Bragança não perdoa com o que se fez com Petrópolis ao longo de período não tão distante: ´Não tinha Ministério Público, não tinha preocupação com o ambiente, não tinha associação de moradores. Seja de esquerda, centro ou direita, os políticos não ligam. Só fazem obras para aparecer e não querem saber se quase metade dos moradores de Petrópolis está em área de risco. Não ligam se morrerão soterrados”. Frequentador da cidade no final dos anos 60, durante a infância e a juventude, João Henrique se afastou da região serrana na década seguinte, quando passou a ir para a casa do pai em Paraty. E é lá que mora até hoje. Foi o trisavô de João Henrique, o imperador dom Pedro II, que fundou a cidade, em 1843. Por isso, até hoje ela é conhecida como Cidade Imperial. “Meu pai teve imóveis em Petrópolis, mas se desfez há muito tempo”, conta. Mortes em Petrópolis chegam a quase 200, e a catástrofe é a maior da história da cidade. A de 1988, deixou 171 vítimas fatais.

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