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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Como um museu Manoel Hygino Nestes dias em que há ameaça de chuva, que se espera despencar das alturas e falha, o desembargador Rogério Medeiros Faria de Lima, pôs-se a ler, como de seu hábito. E conta depois num bilhete via e-mail: “Releio hoje “Janela do sobrado”, memórias do montes-clarense Dr. João Valle Maurício, cujo centenário de nascimento celebrou-se este ano. Era médico, escritor, professor e ex-reitor da atual Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros). Foi amigo de infância do conterrâneo Darcy Ribeiro, também nascido em 1922. Não precisava dizer, está implícito: ambos levados da breca. Ficaram fraternos para sempre. Ocupou o cargo de secretário estadual de Saúde no governo do honrado Francelino Pereira. Integrou a Academia Mineira de Letras”, como aconteceu com João Maurício. Mas o magistrado tem algo mais a contar: “Quando eu era juiz de direito em Montes Claros, sentava-me em agradáveis bares, aos sábados, com os saudosos João Valle Maurício, Mário Ribeiro (também médico, irmão de Darcy) e outros septuagenários. Todos ainda peraltas e contadores de casos muito divertidos. João Valle Maurício costumava dizer que sua adolescência foi muito – digamos – “agitada”. Montes Claros tinha então 30 mil habitantes e 10 mil, ou seja, 10% da população, habitava as outrora chamadas “casas de tolerância”. Salvo engano, o antropólogo e escritor Darcy também relatava isso nas suas “Confissões”. Desculpem-me os politicamente corretos. Vou mudar de assunto. Vejam a dedicatória do livro, de 8/5/1995: “Ao Dr. Rogério, jovem e brilhante Juiz”. Brilhante é fruto da bondade e amizade do Dr. Maurício. Jovem? Fui...” Mais vale a companhia de um bom livro. Certa feita li uma entrevista de Carlos Drummond de Andrade, onde o poeta mineiro reafirmava o seu antigo gosto pela leitura: - O homem que lê nunca está só. Morreu recentemente o genial comediante, jornalista e escritor Jô Soares. Divertiram-me muito os seus antigos programas televisivos semanais, assim como os do Chico Anysio. Eu sei, a minha era passou. Vivo só da saudade, porque parei no tempo e não sigo o dito “progressismo”. Mas não incomodo ninguém e quero paz. Releio antigos textos do Jô, amigo do meu amigo Eros Grau; ambos imortais da Academia Paulista de Letras. Vejam a pérola colhida da sua coluna semanal na revista “Veja”: “O mau-caráter foi reprovado no exame de consciência” (Editora Abril, nº 1.127, p. 11)”. Observação: Darcy e Maurício serão homenageados em 2 de dezembro, quando a Academia Mineira de Letras simbolicamente se transferirá para Montes Claros.

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