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Mensagem: Fatos de fevereiro Manoel Hygino São fatos que somente o mundo moderno nos possibilita. De Portugal, onde presentemente vive o escritor Ronaldo Cagiano, nascido em Cataguases, comunicou ao cronista Danilo Gomes, que falecera o cônego Agostinho, na capital mineira. O sacerdote Agostinho de Lourdes Coimbra Oliveira era o padre mais antigo da velha vila e cidade e falecera na madrugada do sábado, 17 de fevereiro, aos 103 anos de idade, dos quais quase 80 dedicados à Igreja. Ordenado em 26 de novembro de 1944 pelo arcebispo Dom Helvécio Gomes de Oliveira, Agostinho foi pároco em São Gonçalo (hoje Acaiaca), Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto e da Paróquia Cristo Rei, também na segunda capital mineira, e ali o primeiro a atuar, encerrando a passagem terrena e, finalmente sepultado ao lado dos pais. Em 18, também de fevereiro, domingo, o presidente da Academia Mineira de Letras, enviou aos confrades também uma comunicação curta, objetiva e triste: deixara de viver entre nós o confrade Rui Mourão, cujo corpo seria velado em Belo Horizonte, no Cemitério do Bonfim, onde ocorreria o sepultamento na capital. Num daqueles dias, chegou-me mensagem, procedente de Brasília. Dizia: “Foi criada a Academia Urucuiana de Letras (que abrange os municípios banhados pelo rio Urucuia, em Minas Gerais), que terá, entre suas finalidades, contribuir com publicações, eventos e outros meios, para a elevação do nível cultural do povo brasileiro”. A região, como se sabe, é parte do cenário de “Grande Sertão Veredas”, de Guimarães Rosa que, aliás, é patrono de uma cadeira na recém-fundada Academia, sendo eleito para presidente o escritor Napoleão Valadares. Observo, nestas poucas e despretensiosas linhas de registros vários, a presença indisfarçável de Minas. Pessoas, locais e fatos referidos são liames de história que se começou a construir até antes da província. A despeito de tudo e de todo o negativismo pessoal, político, fático desta hora, há traços do passado que perduraram e se refletem no estado de hoje. Um dos longevos da Academia Mineira de Letras, Rui Mourão, era de 1929 e ocupava a cadeira 31, de que foi fundador Machado Sobrinho e patrono o médico, compositor e jornalista Lucindo Filho. Seus antecessores na Casa de Alphonsus e Vivaldi foram Salles Oliveira, Manoel Casassanta, Waldemar Pequeno e Luiz Carlos de Portilho. Para o presidente da AML, Jacynto Lins Brandão, Rui Mourão dirigiu e introduziu importantes inovações no Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, além de ser um dos mais respeitáveis romancistas de Minas.
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