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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 20 de novembro de 2024
 

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Mensagem: MONTES CLAROS DE AUGUSTO E RAPHAEL
José Prates
Augusto Vieira e Raphael Reys – prestem atenção na grafia – mostraram-me nas suas crônicas, que eu comecei a ler e não consegui parar nem para respirar, que a nossa Montes Claros ainda vive com toda sua beleza, seu romantismo e sua poesia; seu jeito brejeiro, sua inocência sertaneja trazida no modo simples de uma juventude que encarna a poesia da terra sem maldade. Quando li que no sábado, participou “de um almoço, que foi até o jantar, numa tenda do Parque de Exposições. O cardápio foi arroz com pequi e carne de sol,” o cheiro do pequei invadiu-me a mente e o gosto da carne de sol chegou-me à boca. O hábito não mudou, a cozinha é a mesma. Tive vontade de abrir o e-mail e fazer um pedido: dê-me um caroço de pequi, por favor. Há quanto tempo não vejo essa fruta e agora ela me vem à mente, saindo do almoço de Augusto. Tem mais: “Chico Ornelas editou um CD com músicas só do tempo deles.” Até isto é da nossa Montes Claros. Não sei se é filho ou neto do Chico Ornelas, meu colega na Central e companheiro de farra com rodada de cerveja no bar do Galo, perto da casa Ramos, enquanto as moiçolas desfilavam em “footing” na antiga Rua Quinze, sob os olhares compridos da rapaziada. Será que esse Chico Ornelas de hoje, poeta e romântico, é, também, “rádio técnico” como o outro?
Raphael Reys escreve: “Nove da matina e a alegria já tomava conta da entrada da capela do Colégio Imaculada. Parecia o dia do juízo final, o reencontro de montes-clarenses, muitos dos quais não se viam há quase cinqüenta anos” Colégio Imaculada! Abrigo escolar de uma juventude feminina que vinha de longe buscar ali a água que lhe matasse a sede do saber e lhe indicasse um caminho seguro na senda da vida. Esse lugar ainda existe vivo, palpitante e, talvez, as meninas que hoje ali estudam vindas, também, de longe, pensam e agem com a mesma poesia e têm o mesmo sonho que as outras tiveram. Mas, é do parlatório que me lembro bem. Quando eu ia a Montes Claros, era lá, na sala ampla com cadeiras de palhinha que nos encontrávamos, eu Dalma e Dalva, para um bate papo, contando as novidades de Janaúba. Numa coisa, Raphael tem razão: esse reencontro na porta da capela com aqueles sessentões ressuscitados no tempo, esperando outros ressuscitados que não viam há mais de meio século, devia parecer mesmo o dia do juízo final que embora fúnebre, deve ter sido romântico. . .
“Aí, Ornellas soltou os cachorros com uma inspirada seleção de rock e twist dos anos 60 e o salão fervilhou de pares dançando, como num “nigth club” da Broadway. Pegou com borra, e como pegou!” Pegou e apareceu nossa Montes Claros romântica e gostosa que, para nossa felicidade não foi engolida pelo capitalismo selvagem. Nessa oração está a cidade inocente, da juventude sem maldade, vivendo momentos de alegria que só a juventude sabe viver. São momentos que nos fazem reviver os bailes do Clube animados pela voz de Nivaldo Maciel acompanhado pela clarineta de Guedes e o violão de Sabu; Distante dali a tantos anos pensei que tudo isto tivesse acabado e existisse, apenas, em nossa lembrança. Acabou não. A cidade poética, alegre, festiva, ainda existe no corpo e na alma daqueles que não deixaram a juventude morrer e nem permitiram que enterrassem viva a Montes Claros criança de mini-saia desfilando na passarela do tempo e eu aqui assistindo e batendo palmas.

(José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros de 1945 a 1958 quando foi removido para o Rio de Janeiro onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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