Minas pretende transferir 3 mil quilômetros de rodovias à iniciativa privada, já em 2025
Segunda 18/11/24 - 23h45Minas deve ter mais de três mil quilômetros de rodovias concedidas à iniciativa privada em 2025
Leilões de cinco lotes, do norte ao sul do Estado, estão planejados para o próximo ano
Salma Freua
O governo estadual pretende leiloar cinco lotes de rodovias no próximo ano. Atualmente, Minas Gerais conta com 2.350 quilômetros de rodovias concedidas em operação. Com os novos leilões, a expectativa é de que esse número mais que dobre, adicionando cerca de três mil quilômetros de estradas à malha efetivamente em funcionamento sob administração privada.
Atualmente, a administração estadual tem seis contratos vigentes no segmento rodoviário, com valores de R$ 17 bilhões de investimentos, sendo eles a MG-050, a BR-135, o Lote Sul de Minas, o Lote Triângulo Mineiro, o Lote Varginha-Furnas e o Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte. Destes, cinco trechos concedidos estão em operação. Já os cinco novos projetos têm expectativa de investimentos na casa dos R$ 19 bilhões.
No novo ciclo, o primeiro lote a ser anunciado será o de Ouro Preto, com 30 anos de concessão, cujo edital está previsto para publicação no primeiro trimestre de 2025 e o leilão para o segundo trimestre. O trecho a ser concedido liga Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, a Rio Casca, na Zona da Mata, e passa por 11 municípios no total, abrangendo as rodovias BR-356, MG-262 e MG-329 e 187,3 km. Um dos municípios que o lote passa é Mariana, que na semana passada teve o acordo pela tragédia que aconteceu na cidade, em 2015, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as obras previstas com o dinheiro do acordo, estão os trajetos previstos para serem entregues à parceria público-privada.
Dentre os R$ 81 bilhões que Minas Gerais receberá por conta do acordo, R$ 2 bilhões serão investidos na duplicação da BR-356, que liga a BR-040 até o município de Mariana. A proposta também inclui a melhoria da pavimentação na estrada até o município de Rio Casca.
Outro lote será o Vetor Norte, que abrange 123,4 quilômetros de rodovias, incluindo trechos da MG-010, MG-424 e LMG-800, e passa por 13 municípios: Belo Horizonte, Lagoa Santa, Capim Branco, Matozinhos, Pedro Leopoldo, Confins, São José da Lapa, Jaboticatubas, Vespasiano e Santa Luzia, na Grande BH, e Prudente de Morais, Santana do Riacho e Sete Lagoas, na região Central do Estado. O contrato estabelece cerca de R$ 3 bilhões em investimentos ao longo de 30 anos e de R$ 1,3 bilhão em serviços aos usuários, como atendimento médico de emergência e guincho.
Há ainda o lote Quadrilátero Ferrífero, que passa por 24 municípios em um total de 500 quilômetros; o lote Noroeste, com 775,9 km de extensão e abrangência em 14 cidades; e o lote Zona da Mata, com 1.176 km passando por 47 municípios, todos com leilão previsto para 2025.
Rodovias entregues à concessão em Minas
Até 2019, faziam parte das concessões rodoviárias gerenciadas pelo governo a MG-050, que liga Juatuba, na região metropolitana de Belo Horizonte, e São Sebastião do Paraíso, no Sul de Minas, e a BR-135, ligando a região Central até Montes Claros, no Norte de Minas.
Após o governador Romeu Zema (Novo) assumir o poder, quatro lotes foram concedidos à iniciativa privada: Triângulo Mineiro, Sul de Minas, Varginha- Furnas e Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte.