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Mensagem: Viagem pelas ruas de Montes Claros em véspera de Catopê Raquel Souto Chaves A praça da Igreja do Rosário, onde daqui a dois dias serão realizadas as Festas de Agosto, está sendo decorada. Fitas multicores de papel crepom voam pelos ares. Angelina , Tereza e Maria Alice Maia observam, embevecidas. O Ipê roxo florido do pátio da Macife atesta que a festa dos catopés, marujos e caboclinhos se aproxima. Eva e Regina, de Vó Ninha, chegam trazendo a chave da igreja (foram buscar no Palácio do Bispo). Jogo os chinelos de lado, estico a mangueira, ligo a torneira que fica ao lado do Cruzeiro de madeira, em um buraco no canteiro do meio da Avenida Coronel Prates (na semana passada cai neste buraco, quando brincava de policia-ladrão. O joelho está uma pipa). Pé ante pé, entro em casa, apanho sabão em pó e vassouras, e volto para começar o serviço. O chão de cimento queimado carece de ser esfregado com palha de aço. Num piscar de olhos, eu, Eva e Regina resolvemos o problema. Roy, Eduardo e Mêra, meus irmãos, Repolho e Peru, de Tio Rey, Paco e Fred, de Tia Cléo, Estevam e Raul, de Tia Rosalva, Regina Célia, Sérgio, Sandra e Silvaninha, de Dona Carlota costureira, Eduardinho, Felix Junior, Jaqueline, Fabiola e Marlú, de dona Dorinha Pimenta, Cléa Márcia, de dona Marilene, Cascão, Mônica e Paulinho, de seu Arnaldo, e Sorainha, de Dona Odília, vendo o nosso movimento, pedem para ajudar. Com este batalhão de meninos, depois de muito esfregar, o chão fica limpinho. Marcelo, Eduardo e Simone de Marion Ferrante, de caras fechadas, denunciam a tristeza de terem perdido a farra da limpeza. Dr. Hermes, vindo do seu consultório na Rua Lafetá, vistoria o serviço e passando a mão em minha cabeça delega: - Vá lá em casa e peça a Fina a toalha de linho bordada e engomada para forrarmos o altar. Descendo a Rua Governador Valadares, Dácio cabeludo, Geraldim Alcântara, Tio Henrique, Boyzim, Virgilio de Paula e Rubinho Sena (vindo do conservatório após o ensaio do Banzé) se manifestam, simulando a dança e o som dos catopês. A poucos metros da igreja, na porta da nossa casa, meu pai chega com as compras que fez no Ita Supermercados. Seu fiel escudeiro, Otacílio cozinheiro, começa a socar a carne de sol seca no pilão para preparar a paçoca que será servida, acompanhada de cortezano, vinho e Q - suco, aos dançantes que estarão depois de amanhã em visita ao nosso quintal. Vindos da estação ferroviária, na Praça Capitão Enéas, recém chegados de Belo Horizonte, avisto Tio Ulpiano com Tia Elza e os filhos, Cláudia e Ronaldo; logo atrás estão Raquel e Armando (filhos de tia Chiquinha), com a esposa Imaculada. Vieram prestigiar a festa. Juntos, nós, os sete filhos de Terezinha Souto, nossos primos e os meninos vizinhos, fazemos uma festa em torno da fogueira na calçada do salão Paroquial, aguardando com ansiedade o nascer do sol de depois de amanhã. Quando as festas começarem, prestarei bastante atenção em todos os detalhes para continuar a minha narração.
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