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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 8 de novembro de 2024
 

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Mensagem: AS DIFICULDADES DO PASSADO José Prates A leitura quase diária do Montesclarosnoticias é capaz de nos deixar ao par dos acontecimentos na cidade, como, também, nos mostra as condições de vida que ali são oferecidas aos habitantes. Montes Claros cresceu, cresceu muito desde a última vez que lá estive pessoalmente. Um crescimento demográfico levado pela perspectiva de emprego ao florescer a industrialização, condições não existentes nas cidades e arrabaldes vizinhos. A sua colocação oficial no polígono da seca, ainda no governo estadual de Juscelino, graças ao esforço do saudoso Deputado Plínio Ribeiro, trouxe-lhe as facilidades fiscais que garantiram e proporcionaram a instalação de industrias que foi o chamariz para o imediato e crescente aumento populacional que se fez, sem a estrutura necessária para isso. Antes de mil novecentos e cinqüenta, não se tem noticias de qualquer ação do poder público municipal na modernização da cidade que sempre cresceu fisicamente no sentido horizontal, sem, contudo, a preocupação de uma pavimentação adequada ao crescimento. As ruas, a maioria sem qualquer calçamento, impossível de serem alargadas para atender ao trafego que avolumava, já começando a ser um empecilho à abertura de novas lojas comerciais, exigidas pelo crescimento populacional. As praças públicas como Cel Ribeiro, dr. João Alves, Praça da Matriz e outras não tinham qualquer calçamento. Somente a partir de 1950, no governo municipal de Eneas Mineiro de Souza, teve inicio à preocupação com a urbanização das ruas. Uma comissão de vereadores veio ao Rio de Janeiro para verificar “o calçamento moderno” que era feito no Cais do Porto e verificar a possibilidade de fazê-lo em Montes Claros. Era o que chamaram de “bloquete,” um pequeno bloco de cimento, em forma de “tijolo.” O calçamento que viram, agradou à comissão que o aprovou. Aprovada o calçamento, foi contratada a firma carioca que instalou na cidade uma fábrica de “bloquetes” e começou a produzi-los dando inicio ao calçamento das ruas, a começar pela Dr. Santos. Não demorou e o centro tomou novo aspecto. Foi o inicio da urbanização que continuou com os administradores que vieram. Hoje, pelo que sei, Montes Claros transformou-se completamente mostrando-se como centro de referencia do norte de Minas, com um comércio e estabelecimentos educacionais e de saúde que atendem à população das cidades circunvizinhas. A UNIMONTES, Universidade de Montes Claros, coisa inimaginável nos anos cinqüenta, está colocada no 44° lugar no rank educacional de Minas Gerais, posição razoável. Quanto à saúde, pouca noticia nos chega, mas, sabemos que o atendimento à população é razoável, levando-se em conta que em todo o país a área de saúde sofre com o descaso das autoridades que não lhe vêem como prioridade. As fotos que vemos nas páginas dos jornais ou que amigos nos enviam, mostram uma cidade moderna, crescendo no sentido vertical, como qualquer metrópole. A falta de estrutura para um desenvolvimento maior, não é culpa dos atuais governantes. Isso vem de longe, às vezes por falta de recursos, outras por desinteresse de um povo que não tinha consciência dos seus deveres e direitos de cidadania. De qualquer forma, Montes Claros cumpre o papel que lhe foi destinado desde sua criação: líder do Norte de Minas. E isto nos orgulha. (José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros de 1945 a 1958 quando foi removido para o Rio de Janeiro onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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