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Mensagem: PRIMEIRA VIAGEM AO PURGATÓRIO Raphael Reys Baseado na costumeira suposição de que toda alma mandada a este mundo doido o é em missão e que os erros de propósitos filosóficos e morais são inerentes ao homem em aprendizado, Dante relata que: “A alma por estar escravizada ao amor tende ao prazer.” Assim sendo, as almas masculinas quase na sua totalidade, ao baterem a caçoleta os seus donos vão de imediato para o purgatório. Antecâmara do Inferno ou escada para o céu (da boca da onça...) E as mulheres quando chega a hora, vão para onde, pergunta o leitor. Elas não dão nem beira de caçapa! Vão direto para os Hades de Dante! Sendo as suas almas impregnadas de agá e de maldades mil, vão parar quase sempre nas Paratecas, ou seja, o sétimo círculo do Érebro. Conhecido como” Judeca” ou “Prefundas”. Sempre ao dormir saio do corpo em perispírito (projeção astral) e volito pelo mundo espiritual imediato. Noite dessas projetei ir ao Inferno dantesco visitar a seção dos conterrâneos montes-clarenses. Relatei a minha vontade a um mui digno leitor de minhas crônicas, um competente juiz de Direito da nossa urbe e o mesmo me aconselhou fosse primeiro ao Purgatório. Assim, as famílias dos “de cujus” não dariam “pití” e ficariam mais consoladas ao lerem à crônica... Chegando ao portão principal do átrio dei de cara com Manoel Quatrocentos e levei a primeira ferrada da noite. Ele é assessor do porteiro mor, Arlindo Tiririca, um valente de antanho. A segunda ferrada veio do hoteleiro Juca de Chichico. Ao vê-lo, falei: “Como vai, seu Juca?” Ele respondeu fazendo o seu gesto característico de puxar para si o interlocutor:´ que aperta e não machuca!” Logo ouvi uma cantoria vinda de um bando de saltimbancos que, supondo que eu houvera batido a caçoleta, após uma recente cirurgia cardio que fiz viera me receber e dar as boas vindas. Antonio Augusto Soldado, irmão de Arnaldo Maravilha no solo do violão e Dincanga imitando Caubi Peixoto, precedido de uma trupe de conhecidos “de cujus montes-clarenses”. Busquei ver no bando a presença da minha amiga Aline Mendonça e o executivo do átrio me informou que ela cantava agora no coro da Divina Beatriz, no Terceiro Céu de Odin. Aproveitando o ensejo perguntei pelo poeta Reivaldo Canela. Segundo me informaram poetava no Quinto Céu, com Tagore e Whitman. Versavam e versejavam sobre a “sustentabilidade da alma” e o efêmero da existência dos humanos, papo “rafiné” só para quem é do ramo, como diria o poetinha Felippe Prates. Mais no fundo, vi Zoca e Fernando Gontijo fazendo uma serenata na porta do lupanar de Analinha. Meu amigo Moisés Almeida tomando “Old Eight”, o uísque que matou doutor Fernando Oliveira e seu irmão, Felisberto, o Barão, bebendo uma vodka russa PO com Jaroslav Rosulek e Walmor, ao som de Virgílio de Paula cantando os temas de Noel. Coisa linda!... Todos aguardavam a hora de ir para a parte de cima do babado. Um grande alarido e som de farra me chamaram a atenção, em um canto reservado aos filhos de Figueira. Só tinha cabeceiras! Na maior farra, Daço Cabeludo, Mauricim e Marão, Mamoeiro, Tião Coxé e Zé Paraíso com o seu inseparável “38 Schmidt and Wesson”. Zé Priquitim tomando uma gelada e Zé Carlos Priquitim com a bandeira do Atlético. Biô Maia e Carlúcio Atayde degustavam uma Viriatinha, no Bar Sibéria de lá. Vi o notável professor Pedro Santana ensinando filosofia socrática para notívagos em recuperação e que se preparavam para serem enviados aos céus e, após, visitar todos os departamentos tupiniquins. Pedi para voltar pela região das escarpas até o portal de entrada e me mandaram como guia Virgínio Preto, montado no seu alazão negro com sua pirata cabo de prata. No retorno, como não tinha pontes, atravessamos o Rio Letes a bordo do barco de Caronte e encontramos um exército de torcedores de Galo e do Cruzeiro, que desfilavam empunhando uma bandeira onde estava escrito: “E o estandarte do Inferno avança!” Ao me afastar do portal e já volitando, escutei Dincanga cantando em despedida, muito melhor do que Caubi: “Conceição, eu me membro muito bem... Vivia no morro a sonhar com coisas que o morro não tem... Foi então, que lá em cima apareceu, alguém que lhe disse a sorrir que descendo as escadas ela iria subir... Se subiu, ninguém sabe, ninguém viu, pois hoje o seu nome mudou e estranhos caminhos ela pisou...Só eu sei, que tentando a subida desceu e agora daria um milhão, para ser outra vez Conceição!...
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