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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: ACADEMIA FEMININA DE LETRAS José Prates Acontecem coisas ao longo de nossa vida que algumas vezes nos incomodam, outras vêm como surpresas, tão agradáveis que podem nos causar espanto. Desta vez foi a inauguração da Academia Feminina Montesclarense de Letras que teve lugar, segundo Raphael Reys, no salão do Automóvel Clube, onde foi o quintal do casarão do dr. João Alves e Dona Tiburtina. Nesse casarão, pertinho do Grupo Escolar Gonçalves Chaves, pelo que temos na lembrança, funcionou o Instituto Norte - mineiro de Educação. Mas, isso não vem ao caso. Vamos ao que interessa: uma Academia Feminina de Letras ali ou acolá, hoje, não é novidade e não causa espanto porque a mulher conquistou e ocupou os espaços que sempre lhe foram reservados na sociedade, quebrando os tabus sociais que lhe engessavam até meados do último século, quando novos conhecimentos científicos, uma infinidade de invenções tecnológicas e um sem número de transformações socioculturais transformaram a mulher em mão-de-obra, substituindo o rotulo de “dona de casa, com prendas domesticas”. Houve, em conseqüência, um questionamento sobre as relações de gênero, diante dessa igualdade, trazendo um rápido desequilíbrio no estado atual do relacionamento homem-mulher. Mas, a convivência com os fatos promoveu a aceitação tranqüila que vemos hoje. O que antigamente dizia-se “isto é coisa pra homem”, hoje é pra mulher, também, desde a operária na construção civil à presidenta de uma empresa. E, assim, a tenacidade da mulher na busca de seus direitos, foi interferindo, modificando e reinventando a própria história da humanidade. A surpresa que nos deixou felizes, não foi propriamente a fundação da Academia Feminina de Letras, mas, o avanço de Montes Claros na área das letras, permitindo que a intelectual montesclarense assumisse como tal, seu lugar na sociedade. Hoje, em todo o mundo civilizado, a mulher libertou-se da condição submissa de simples “dona de casa” para assumir o seu lugar em todos os setores sociais, sem desprezar, contudo, sua grande influência no lar, não, apenas, como administradora, mas, sobretudo como esposa e mãe. A mulher montesclarense sempre teve o seu lugar ao sol nas questões sociais e algumas se sobressaíram no cenário político-partidário como Dona Tiburtina que revolucionou a política estadual nos anos 30 e mais recente Dona Helena Prates, esposa do Doutor Alfeu Quadros, que sempre teve um grande desempenho político ao lado do marido, lutando pelo seu partido, o antigo PSD, nas eleições municipais e estaduais; as mulheres da família Tupinambás e a saudosa colega Sylvia dos Anjos, primeira mulher jornalista de Montes Claros. A independência, ignorando oss preconceitos, sempre esteve no sangue da mulher montesclarense, como nos mostra a história. Não estávamos lá para viver esse momento de glória do mundo intelectual montesclarense, mas o vivemos, mesmo à distância, lendo o relato de Raphael. Pudemos ver Raquel Chaves que através de suas crônicas nos faz percorrer as ruas da cidade, encontrando conhecidos e entrando em lugares que nunca nos saíram da lembrança; senti mos a alegria de Yvone da Silveira sentada na cadeira principal, tomando posse no honroso e merecido cargo de Presidente da Academia que idealizou e fundou com o apoio das colegas. São quarenta mulheres bonitas e de espírito cheio de juventude, “mestras de artes e letras que carregam nas veias o sangue de Mercúrio”; são jovens belas que não envelhecem porque a beleza do intelecto está imune à perversidade do tempo. São mulheres que empregam a arte de escrever para levar aos pobres mortais o encanto de suas estórias que fazem muitos regressar no tempo e reviver parte de sua própria historia. È uma plêiade de jornalistas, romancistas, contistas e poetas; mães e avós dedicadas que têm no amor à família o incentivo e a inspiração (José Prates, 81 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros de 1945 a 1958 quando foi removido para o Rio de Janeiro onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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