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Mensagem: PRAÇA IMORTAL Bom começo de década, aquele super quente ano de 1951. Muita paz. A guerra tinha acabado há seis anos e só os americanos ainda gastavam a munição que sobrou. Na Coréia, longe demais. Entrávamos no mundo das letras e do conhecimento pela porta da frente: pré-primário no Colégio Imaculada, com a mais gentil e sorridente professorinha do mundo : Irmã Salete, que contava histórias de Aladim e Ali Babá e todos os ladrões das mil e uma noites, debaixo da sombra dos pés de manga da chacrinha . Ouvíamos extasiados e conferíamos em technicolor ( mais preto e branco, confesso) todas as inesquecíveis aventuras aos domingos , no Cine São Luiz, com acrobáticas peripécias de Douglas Fairbanks Jr. como Simbad, o Marujo e o rei das Caraíbas Errol Flynn , para nós e para sempre o Capitão Blood( no nome e no sangue quente) . E ainda tínhamos direito a dois capítulos inéditos dos Perigos de Nyoka, a frágil e bonita heroína das Selvas. Mas nada se comparava à primeira lição de natação dada pelo kiplingliano Sabu para uma dezena de saudáveis e irrequietos garotos , que mais tarde poderiam até se tornar verdadeiros campeões, como Johnny Weissmuller, o Tarzan maior de todos, campeão olímpico dos 100 metros de crawl, ou Buster Crabbe , medalha de ouro nas Olímpiadas de Los Angeles e nas horas vagas o intergaláctico Flash Gordon, paixão da louríssima Dale e inimigo número um do Imperador Ming. A aprendizagem ficou para trás e logo éramos nadadores Pois os regionais, estaduais e brasileiros, todos os campeonatos possíveis e impossíveis estavam lá , nos esperando. Seríamos dedicados, decididos e ganhadores , como nossos ídolos da imortal Praça de Esportes. (Ousaram falar em derrubá-la para ser ponto de ônibus? Onde já se viu uma coisa dessas!) Salve salve Luis Ortiga ( campeão daquela época e mais campeão agora na defesa do respeito à nossa querida cidade), os dos Anjos, Marco Antonio, Pedrinho e José Augusto, Joválcio Maurício, Gilberto e Leônidas Lafetá ,Zé César e Diógenes Vasconcellos, Haroldo Filpi, João Abreu ( que de Jabuti passou a Galo com merecimento) e muitos outros que nos davam o melhor exemplo e força para suportar os tantos mil e uns metros diários de treinamento , com tábuas ou sem elas. Só não valia subir nas raias .O gritos de Sabu e “Seu” Pimenta ecoavam nos ouvidos. Com direito a suspensão. Logo abrandada por dois grandes corações . No ano seguinte, em setembro, construíram um piso de madeira na piscina. Como se diz afetadamente, hoje em dia: um grande “ deck”. Por cima de toda a água, para um mega baile. A meninada aquática se esbaldou de brincar, mergulhando por dentre os novos e misteriosos caminhos dos caibros e pranchas abaixo da linha dágua e do Equador. Talvez à procura de mil tesouros perdidos numa perdida Atlântida renascida em pleno Prado Oswaldo Cruz. A festa era do algodão, que era a mais chique riqueza do norte e se comemorava com grande festa e eleição de uma rainha. Meninos não foram. Mas meu pai me contou que naquela madrugada Chico Alves morreu tragicamente e todos os presentes foram avisados na hora . E foi um baixo-astral geral. Abraço a todos. Flavio Pinto
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